Retorno à base - Vida que segue
Alcides Fonseca Júnior
09 Dez 2016 12:55
Ainda com os sentimentos abalados, devido ao acidente aéreo que acometeu a delegação da Chapecoense, diversos personagens do futebol apresentaram cada um a sua moda, suas condolências aos familiares dos falecidos no desastre, em jogos realizados pelo mundo todo.
Por toda parte, merecidas homenagens foram feitas aos atletas, aos profissionais da comissão técnica, aos jornalistas e tripulantes vitimados na queda do avião em solo colombiano. O futebol mundial apresentou sua sensibilidade através de mensagens significativas, que ocorreram antes do início dos jogos, nos uniformes dos clubes e também nas comemorações dos gols que aconteciam nas partidas.
Ficou claro a intenção de todos em atender com carinho e afago os familiares, neste momento tão triste e melancólico. Cenas jamais esperadas puderam ser presenciadas, como a que ocorreu no enterro do atleta Guilherme Gimenez, em que a presença da bandeira de dois clubes rivais pairava sobre sua urna fúnebre. Em Ribeirão Preto o Botafogo Futebol Clube e o Comercial Futebol Clube tradicionais adversários se colocaram juntos num mesmo objetivo e na mesma dor.
Podemos, então, imaginar que alguma coisa de bom surge desta tristeza tão atroz no ambiente esportivo. Faz-se necessário que as entidades responsáveis pelo controle do futebol mundial, façam a leitura certa de tudo que ocorreu tentando intervir nas coisas que ainda estão por acontecer.
Quem sabe este acidente sirva para analisarmos melhor as coisas que estão diretamente ligadas aos atores principais dos jogos de futebol: os jogadores e os torcedores. Pode-se notar inclusive o impacto da população – os torcedores - da cidade de Chapecó na cerimônia derradeira de despedida de todos os profissionais – os jogadores - que deixaram suas vidas ao serviço do clube. Foram imagens inesquecíveis. Tristeza e solidariedade num mesmo tempo.
A vida segue, mesmo que ainda não compreendamos os porques do acidente, mas, que tenha um seguir novo, um andar diferente, um caminhar alinhado as necessidades básicas de um mundo mais ético, mais unido, mais irmão. Sim, claro, mais humano.
