Dobradinha

Dobradinha

Cantada em versos por Álvaro de Campos, um dos vários heterônimos utilizados por Fernando Pessoa, no poema “Dobrada à Moda do Porto”, conhecida com o nome de Dobrada no Norte de Portugal e entre nós como Dobradinha, esta refinada iguaria elaborada com o bucho do boi e, eventualmente, com o do cordeiro, ocupa um lugar de destaque em todas as cozinhas ao redor do mundo.

A dobradinha é encontrada em tiras já pré-cozidas, o que facilita seu preparo de acordo com a nossa receita preferida, geralmente herdada de nossas avós, quando a Dobradinha era tratada como uma festiva iguaria preparada de uma maneira canônica e imutável, seguindo à risca aquela mesma receita para ser apreciada nos concorridos e inesquecíveis almoços dos sábados e domingos. Com linguiça, feijão branco, empanadas e fritas, aquela que me vem à memória é à moda de Firenze, finalizada no forno pulverizada com queijo parmesão e apreciada em uma cama de polenta.

A Dobradinha era um prato único e solene que, invariavelmente, era precedido por uma salada de tomates e alface. Aquele tão esperado almoço era uma vez mais finalizado com um pratinho de goiabada mole com doce de leite, ao lado de uma generosa fatia de queijo fresco.

OS INGREDIENTES

• 1,5 kg de dobradinha em tiras pré-cozida;
• 3 colheres de sopa de azeite de oliva;
• 2 xícaras de chá de cebolas picadinhas;
• 3 xícaras de chá de tomates rasteiros picadinhos;
• 1 xícara de chá (cada) de cenoura, salsão, erva doce e alho-poró picadinhos
• 1 colher de sobremesa de açúcar
• 3 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
• 1 pimenta ardida picada
• 1 colher de sobremesa de gengibre fresco ralado
• 1 colher de sopa de folhas de basílico picadas
• Folhas de louro
• Sal

O PREPARO
Afervente a dobradinha em água por três vezes, trocando a água e, finalmente, cozinhe até ficar bem macia. Escorra e reserve. Coloque todos os outros ingredientes em uma panela e refogue até começarem a fritar ligeiramente. Acrescente à dobradinha mais uma xícara de água quente e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos. Distribua a dobradinha em uma forma ou travessa refratária bem rasa, pulverize com queijo parmigiano e leve ao forno bem quente por 5 minutos ou para gratinar. Aprecie a dobradinha enquanto estiver ainda bem quente pois, como bem diz Fernando Pessoa, “não é prato que se possa comer frio”, e, melhor ainda, sobre uma polenta mole, acompanhada de uma taça de Chianti. Bon appétit!

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