Inquietações

Inquietações

Seria loucura negarmos os fatos. Afinal, contra fatos não há argumentos. Se atentarmos em alguns acontecimentos ambientais desastrosos e o que a natureza nos diz e de que forma ela se expressa, sentiremos certa angústia. Trago provocações para refletirmos sobre a busca incessante pela conscientização e transformação interior do homem no que se refere ao comportamento perante o meio ambiente.

Acredito que a transformação do homem é contínua; não ocorre como mágica. A mudança é precedida por inquietações advindas pelo olhar e sintonia com a natureza. Quando a observação passa a ser admiração, passamos a nos conectar de maneira integrada e completa nos dinâmicos sistemas ambientais. Somos um; interligados, desempenhando papéis essenciais para o bom funcionamento dos processos naturais.

Cenas misteriosas e majestosas como a lua, por exemplo, parecem ter poder nas sombras e na quietude da noite. Sublime e exuberante refletindo a luz do sol, ela se exibe provocando no mais profundo silêncio, conexões inexplicáveis. O silêncio cria uma dolorosa impressão na alma. A natureza é como uma criatura muda, se expressa da melhor maneira possível por meio de seus movimentos as necessidades que a devoram. Sem palavras, muitas vezes nos diz mais do que o que lemos nos livros. Por falta de palavras, provoca nos defensores do meio ambiente ânsia e insatisfação. A natureza está exausta de sua incapacidade de falar. É hora de falarmos por ela, darmos voz a quem nos fornece tanta vida e é constantemente explorada. Vamos deixar que acabem com nossas florestas (o pouco que ainda temos), assassinem nossos animais e toda forma de vida pertencente ao ciclo vital da cadeia trófica?

Nossa admiração vaga próximo à melancolia quando nos entregamos a estas dolorosas reflexões. Fato este, que no mínimo, deveria nos impulsionar e motivar dando voz a quem não pode falar. A estagnação e opacidade da maioria são as causas fundamentais do silêncio e exaustão da natureza. Devemos defendê-la e honrá-la.

A voz de quem cala nos condena.

 

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