Sevandija

Sevandija

“Os medíocres são uma classe abjeta e perigosa. Para eliminar tais sevandijas (vermes imundos), gusanos traiçoeiros, a sabedoria popular já elegeu, como método mais eficaz, um bom purgativo, que os expelirá junto com a matéria fecal em que pululam e se alapardam” (Sérgio Martins Pandolfo).

Um dia após a votação favorável no Senado ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, um escândalo de proporções únicas, derruba a máscara de boa parte do executivo de Ribeirão Preto e quase metade da câmara municipal. Nomeada de “Operação Sevandija” - demonstra a luta contra a corrupção.  

s.f. Nome comum a todos os parasitos, insetos e vermes imundos. s.m. e s.f. Fig. Pessoa que vive à custa dos outros; parasita. Pessoa indecorosamente servil.

Vamos ao que a Ciência nos diz sobre este nome peculiar dado à Operação.

Há na natureza relações ecológicas que ocorrem entre espécies diferentes. Tais relações podem ser, segundo Robert Ricklefs, antagônicas (aquelas em que há prejuízos para algum dos envolvidos) ou mutualistas (aquelas que geram benefícios entre os integrantes). Uma das relações é o parasitismo, que é definido como uma associação entre indivíduos de espécies diferentes, em que um ser vivo se alimenta de partes ou produtos de outro ser vivo. No parasitismo, o verme retira os nutrientes do hospedeiro, prejudicando as funções biológicas deste. Ex: Ténia (verme) e humanos (hospedeiro).

Versos eloquentes da sensibilidade macabra atribuídos ao rei René d’Anjou (1409- 1480), escritos em uma tela de sua autoria que, até a Revolução Francesa, icava no convento dos celestinos, em Avignon (e que, depois, desapareceu). O quadro, sem data precisa, mostrava um cadáver feminino em pé, bem penteado, envolto em mortalha, que os vermes atacavam ferozmente. Os primeiros versos falam da transformação da bela dama, fresca e tenra, que vestia seda e habitava um palácio, em um corpo nu que vai se tornar cinzas dentro de um caixão em uma fossa cheia de sevandijas. (Juliana Schmitt et al., “O IMAGINÁRIO DO CADÁVER EM DECOMPOSIÇÃO: DAS DANÇAS MACABRAS AO ROMAN-CHAROGNE”)

 

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