Dilma na TV e panelas batendo nas "sacadas gourmet"

Dilma na TV e panelas batendo nas "sacadas gourmet"

Não votei na Dilma, mas não me vejo no direito de chama-la de “Vaca” ou “Vagabunda”

Não votei no Aécio e não me interessa em chama-lo de “Aécio do pó” ou  “Playboy Mineiro”

Talvez  seja mais fácil ofender e xingar Dilma porque ela é mulher. Não sei. Só sei que não deve ter sido fácil para ela. 

Penso que o estudo da ciência, como é o caso da História, normalmente esclarece, retira o medo e ensina a termos uma visão mais ampla do problema em questão. Foi assim que deixei de ter medo de comunistas que comiam criancinhas.

Mas sei que a discussão atual sobre a politica no Brasil não é cientifico-histórica e sim ideológica... e portanto, baseada numa ilusão. Aí você diz mal da Dilma, eu defendo e fica esse Blá Blá Blá de gostos pessoais que não leva a nada, certo?

É preciso entendermos a diferença entre ideologia e a realidade dos fatos antes de sermos politicamente engajados. Eu não sou politicamente engajado, não estudei profundamente história e não tenho partido (embora muitos estejam agora me chamando de “PTralha” ou “PTrouxa”).

Eu proponho que:

(1) as pessoas antes de julgarem fatos que pensam ser reais e inequívocos, façam um exame de consciência para saberem se não estão apenas repetindo uma ideologia empacotada e pronta ou se estão exercendo um pensamento mais ou menos "livre". Não vou pra Cuba e nem pra Miami. Amo o Brasil, e me recuso a reproduzir um discurso ideológico tanto de esquerda quanto de direita, pois sei que há manipulação DOS DOIS LADOS,  muito embora eu tenha tendências mais para a esquerda. Você, que pensa mais a direita, tem todo direito de se manifestar, mas como cidadão tem o dever de saber que tudo que julga saber sobre política é passível de distorções e não necessariamente corresponde a realidade absoluta dos fatos. Ter convicções as vezes é ser um idiota.

(2) Acima de tudo, não podemos perder o respeito pelo ser humano. Se alguém cometeu um crime, deve ser julgado por pessoas e instituições competentes. Chamar uma senhora, de “Vaca”, “Vagabunda”, “Ladra” e etc. ou este ou aquele partido de “bando” e ofender quem é partidário, é um sinal de ignorância de fatores históricos que levaram à um totalitarismo, em que pessoas não podem ter um julgamento justo e em que apenas uma forma de pensar é permitida.   

Neste domingo, 15 de março, muitas pessoas vão as ruas. Outras baterão panelas nas sacadas gourmet manifestando uma insatisfação, e isso é legítimo. A oposição ao governo - que no nosso caso quase coincide com a elite econômica do país - deve exercer esse papel, mas deve antes de tudo cuidar para não transformar o debate político em um discurso de ódio contra a diversidade de pensamento e contra a dignidade das pessoas.       

 

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