COMPLEXO DE VIRA-LATAS? MEDALHAS DE LATÃO.

COMPLEXO DE VIRA-LATAS? MEDALHAS DE LATÃO.

      As Olimpíadas vieram parar em lugar errado? Ok...É sabido que, por vários pontos de vista - social, econômico, político - essa ponderação já foi feita inúmeras vezes, mas, progressivamente, parece questão de conflito de princípios. O tal “Espírito Olímpico” pode não ter qualquer significado por aqui, especialmente quando pensado e vivenciado de forma essencial e ampla. É possível, inclusive, que, de tão estranho frente aos conceitos de vida do brasileiro médio, seja confundido com alma penada e, consequentemente, exorcizado em alguma encruzilhada lotada de velas derreidas e com evidências de crime contra algum animal já sacrificado - tal qual, não raramente e criminosamente, é “sacrificado” alguém por aqui em nome da cobiça alheia. Se o sentido do Espírito Olímpico é demonstrar o que o Homem pode fazer de melhor quando deseja ser melhor, talvez não tenha havido, por parte do Brasil, grau suficiente de coerência em querer ser ambiente para a manifestação Espiritual Olímpica...Ou, seria, exatamente, o oposto? Seria o brasileiro “merecedor inquestionável” de sediar as Olimpíadas? Afinal, como pregam através de tantas verborreias - proferidas das comunidades até às coberturas “pé na areia” - “tudo é muito relativo”, portanto, seria “necessário entender” que, de um jeito ou de outro, a superação marca a história da nação. Prevalecendo tal relatividade, fica fácil compreender a razão e o tipo de superação mencionado…

      Inúmeros problemas no território brasileiro não são superados. Eles se superam!!! Problemas dignos de grife olímpica ao avesso...Parece, mesmo, que há competições extremas para que um caos seja superado por outro, e assim sucessivamente. “Quem sabe”, muito em função de competições políticas. Comoções sucedem comoções - ainda que expressas por lágrimas de colírio - porém, tudo indica ainda não haver fim para tal. Contudo, o mais importante é a percepção não só dos maus resultados ou fatos, mas, principalmente, da escalada da piora, intensificação da involução brasileira. Quando não há recordes históricos, no mínimo, desempenhos de destaque indiscutíveis. Menor retorno dos impostos para a população; Uma das maiores cargas tributárias do mundo; Quinta posição no ranking de crimes na internet; Décimo primeiro país mais inseguro do mundo; Septuagésimo sexto lugar, entre 175 países, no ranking de corrupção; Pior serviço público de saúde, entre 48 países; Quinquagésimo oitavo lugar entre 64 países no que diz respeito à conhecimentos básicos… E, não!!! A notável performance não se encerra na frieza (embora, para muitos, queime) dos números estatísticos oficiais. Grandes superações comportamentais - sempre relativas ao absurdo - também são parte fundamental do repertório humano brasileiro, digno de um lugar no Olimpo. Invasão de quadrilhas em hospitais, levando morte e caos onde o que predomina é luta pela vida; instituições educacionais públicas, dos três níveis, quebradas por má gestão; estudantes “defendendo reivindicações, direitos e democracia” por meio de atitudes autoritárias; fraudes em lei que deveria estimular a cultura e, consequentemente, derrocada do desenvolvimento da sensibilidade e ética brasileira;  vítimas sendo consideradas culpadas e agressores sendo considerados machos; “genocídios” constantes provocados por falta de merendas, desestruturas de hospitais, despreparo de forças de segurança; homens públicos defendendo, explicitamente, condutas pra lá de duvidosas do ponto de vista legal e ético; etc…

      De fato, o cotidiano nacional não alimenta ou é alimentado pelo conhecido “complexo de vira-latas”. A razão para tal observação é simples: não é um complexo, mas, espírito presente. Afinal, o quê - miseravelmente e infelizmente - aceitaria sofrer abusos das mais diversas ordens, buscando, desesperadamente, somente sobreviver? Nesse sentido, certamente, não há somente esse ou aquele culpado/responsável político por mazelas recordes. Mas, sim, tal qual uma equipe infame - destrutivamente doutrinada - e anárquica, variados representantes públicos, os quais contribuem para a conquista dos lugares mais altos do pódio da terra arrasada - claro que, à eles mesmos, não dispensam saídas, confortos e moita. Como também,não satisfeitos por tanta “glória e louros da vitória”, fazem questão de, constantemente e tresloucadamente, serem aplaudidos e apoiados por fanáticos torcedores. Portanto, no fim do jogo, não deixam qualquer dúvida sobre quem, concretamente, vence. E quem perde??? Volta para casa com medo do escuro, da solidão e da vida.  

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