A FAO e OCDE Projetam Grande Crescimento ao Nosso Agro

A FAO e OCDE Projetam Grande Crescimento ao Nosso Agro

especial para a revista da Coopercitrus, por Marcos Fava Neves       

Leituras do Agro:

Exportações do agro no primeiro semestre chegaram a US$ 45 bilhões, 4% acima do mesmo período de 2015. As importações caíram 13,7% (importamos quase US$ 6,1 bilhões) portanto o superávit do agro foi de praticamente US$ 39 bilhões (7,5% acima). Em junho exportamos US$ 8,31 bilhões, queda de quase 9% em relação a junho de 2015;

O índice de preços de alimentos da FAO voltou a subir 4,2% em junho, e acumula alta de cinco meses seguidos. Já é o maior valor desde julho de 2015, o que mostra a recuperação, em dólar, dos preços. Em 2016 a produção de grãos deve ficar em 2,544 bilhões de toneladas (crescimento de 0,6% em relação a 2015), e o consumo em 2,556 bilhões (1,3% acima), o que diminuirá os estoques em cerca de 1,5% (635 milhões de toneladas ou 24,2% da necessidade);

Coisa boa para nós nas projeções de longo prazo (2016/2025). A FAO/OCDE diz que o Brasil será o país com a maior expansão nos próximos 10 anos. Projeta que o Brasil adicionará 11 milhões de hectares para soja, passando a produzir 135 milhões de toneladas, 30% do total global e tomando 43% das exportações mundiais. No caso do milho expandirá a produção em 27% e ocupará 22% do comércio mundial. Nas carnes, vai crescer 25%, produzindo mais 6,2 milhões de toneladas e 26% das exportações mundiais;

A última estimativa da CONAB, lançada em julho, sobre a safra de 2015/16 mostra sensível queda de 8,9% na produção, dos 207,6 milhões de toneladas (somando as culturas de inverno e verão) para 189,27 milhões de toneladas (menos 7 milhões de toneladas em relação à estimativa publicada em junho).

Notícias da Laranja

Na safra 2015/16 (01/07/15 a 30/06/16) exportamos US$ 1,745 bilhão, 14,6% a menos que na safra anterior em valor (US$ 2,043 bilhão) e 5% a menos em quantidade (1,081 milhão de toneladas, contra 1,131).

No caso do FCOJ, o volume caiu 7,9% (veio de 928.490 para 855.189 toneladas) e o valor caiu 18,4% (vindo de US$ 1,619 bilhão para US$ 1,321 bilhão).

O NFC apresentou crescimento de 7,8% (de 209.407 para 225.750 mil toneladas). Receita estável em US$ 423,6 milhões.

A queda é principalmente justificada por importações menores dos EUA.

As vendas para a União Europeia aumentaram 2%, o que é uma boa notícia.

USDA revê a safra americana para 81,4 milhões de caixas na estimativa de junho. Deve ser o número final, pois a tradição é um desvio de menos de 1%. A produtividade está em 1,2 galões por caixa, a mais baixa desde 1985/86. Em relação à safra 2016/17, tem estimativas dizendo que a Florida pode vir para 60 milhões de caixas. Vai faltar produção, recursos e renda na Florida.

O USDA projeta que o Brasil vai produzir apenas 885 mil toneladas de suco (convertido em FCOJ), o que é 112.000 toneladas abaixo da safra anterior. Acreditam que a indústria processará 210 milhões de caixas, das 246 milhões estimadas na produção.

A baixa oferta esperada no Brasil e nos EUA levou os preços a US$ 2300 na Europa. No momento a luta é para que o varejo europeu aceite pagar mais e subir os preços ao consumidor final. E ver que impacto isto dará no consumo.

Quem é o homenageado do mês? ao Antônio Fortes Filho, que recebeu justamente pelo GCONCI o hall da fama da citricultura 2016. Justo reconhecimento à família Fortes, que tem contribuído há décadas com o desenvolvimento do nosso país. Minha homenagem a toda a família Fortes.

Haja Acidez:  O novo Governo já conseguiu um grande feito. Separou a economia da política. A primeira começa a dar sinais que entrou na direção correta, apesar do estrago que foi feito, a segunda, continua complicada. Mas já é um grande feito.

Ação do Mês: Participei em junho do Congresso Mundial de Agronegócios, que foi realizado em Aarhus, na Dinamarca. É impressionante o conjunto de novas tecnologias que impactarão as cadeias produtivas do agronegócio. O Brasil esteve bem representado e apresentamos o nosso projeto de estimativa de safra da laranja, que foi muito elogiado.

Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.

Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde 2006 é Professor Visitante Internacional da Universidade de Buenos Aires. 

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