DESACELERE SEM CULPA!

DESACELERE SEM CULPA!

Você já sentiu que o tempo está passando rápido demais? Já repetiu frases como “não tenho tempo para nada” ou “ não tenho um minuto para mim” ? Erik Pigani, no livro com título original Petit cahier d´exercices pour ralentir quand tout va trop vite, nos leva a uma divertida e prática autoanálise sobre como nos relacionamos com o tempo. Confesso que nem todas as reflexões do autor se encaixam em minha forma de ver o mundo, porém, mesmo com uma leitura a partir de um filtro pessoal, pude tirar deste pequeno livro grandes lições. Compartilho, abaixo, algumas dessas lições sobre desacelerar sem  “culpa”. Eu as considerei libertadoras!

"Assim como muitos, você certamente se sente culpado por “não ter tempo”...de terminar um trabalho, responder a um convite, ir fazer compras, desfazer as suas malas logo que volta de viagem, correr à lavanderia, não ter conseguido fazer tudo o que você tinha previsto etc. Essa forma de culpa corrói e carcome o tempo em que você pode estar de bem consigo mesmo. Por causa dela, a gente fica esperando entrar de férias para finalmente se deixar levar. Porém, num tempo delimitado, num tempo “autorizado” pela sociedade, o que ocorre? Certos indivíduos até transformam a culpa com relação ao tempo num estilo de vida.

Enquanto a culpa “simples” tem uma utilidade, ela permite que nós questionemos sobre o sentido da existência, o bem e o mal, a finalidade de nossos atos, a culpa em relação ao tempo, por sua vez, faz-nos perder energia e ...tempo. Para muitos ela começou a se manifestar ao longo dos anos 1980, período que introduziu na nossa sociedade exigência de desempenho e sucesso profissional extremamente elevados. Uma ideologia de excelência e competição que provocou uma forma de culpa ligada à sensação de não “estar à altura”. Reforçada por um tempo que não para de acelerar, essa culpa às vezes se infiltra tão profundamente que alguns se sentem responsáveis por experimentar um mal-estar em seu próprio tempo.... No entanto, ser responsável é, antes de tudo, aceitar os seus próprios limites. Entre outros, os que a idade nos impõe: aos 60 anos, não conseguimos mais fazer o que faríamos aos 20 ou 30 anos. Ser responsável também é ser capaz de fazer escolhas de vida, escolhas de trabalho, escolhas pessoais, concedendo-nos o direito de errar. Essa maneira de se livrar do aprisionamento infantilizante da culpa, construído em torno dos “ande logo” que nos foram martelados durante nossa infância".

"Selecione e copie numa pequena ficha as afirmações que lhe servem de inspiração...assim que sentir a pontinha de culpa, releia-as em voz alta e várias vezes, se for preciso.

Eu tenho o direito de viver o meu próprio tempo.

Fazer pausas é indispensável para meu corpo e minha alma.

Viver rápido demais pode provocar acidentes graves.

Eu tenho o direito de mudar de objetivo.

Eu tenho o direito de dizer não a mim mesmo e aos outros.

Eu preciso ir mais devagar para me adaptar a esse mundo em plena mutação.

Eu não devo ter medo de adotar novos comportamentos.

Eu tenho o direito de me afastar da pressão social para respirar um pouco.

Todos nós precisamos reencontrar um ritmo de vida em harmonia com os ciclos naturais.

Não há nada mais natural do que avançar na idade.

Quando eu perco tempo, eu ganho o meu tempo.

A culpa não faz evoluir, ela provoca atraso."

 

 Referência

Pigani, Erik. Petit cahier d´exercices pour ralentir quand tout va trop vite, 2011. 

 

  

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