Estar só

Estar só

 

Vocês já experimentaram ficar sozinhos?

Aquele momento com vocês, afastados do barulho, do mundo lá fora?

Pois digo que é muito bom. Sou filha única, e acredito que isto tenha me levado muitas vezes a esses momentos, e eu de fato, sempre gostei muito.

Claro que a socialização é de extrema importância para todas as relações e não estou abrindo mão jamais dela, mas quando estamos sozinhos, aprendemos a nos conhecer.

Há uma grande diferença entre estar sozinho e estar vazio. Para sentirmos um aconchego é preciso que estejamos sozinhos, mas cheios. Como assim?

Podemos almoçar sozinhos com prazer, sentindo cada sabor daquele alimento, deitar no sofá com aquele livro que tanto queríamos ler, assistir um filme que ninguém quis ver um dia conosco, experimentar uma caminhada no parque devagar, sentindo cada parte do nosso corpo se mover, escrever, sim escrever é um lindo momento de namoro com nossos pensamentos e palavras. Todas estas são maneiras de estarmos cheios de nós, cheios de vida, mas introspectivos ao nosso mundo.

Quando estamos vazios, podemos estar com todos os amigos possíveis, com todas as informações que temos à mão, com nossos familiares, namorados e maridos, mas não estaremos inteiros nestas relações, o vazio vai muito além da solidão.

E estar a sós, em um momento de reflexão, nos torna mais próximos de nossos medos, angústias, das nossas alegrias, e conseguimos perceber melhor o que nos faz ser esta pessoa e o que podemos nos permitir estando com o outro.

Nós fomos criados para sermos sociáveis, para termos muitos amigos, para nos expormos sempre que pudermos, para sermos comunicativos, vibrantes, contagiantes e por isso, esta ideia de introspecção é difícil de ser experimentada. Entretanto, muitas vezes para conseguirmos êxito nestas relações este momento pode ser primordial.

Jobim um dia disse que é impossível ser feliz sozinho, sim, como não concordar com esta ideia não é?  De fato, nossas relações têm o poder de nos tornar mais felizes, entretanto, para sermos felizes com o outro precisamos estar, primeiramente, felizes com nós mesmos.

Vamos tentar?

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