Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

No dia 10 de novembro de 2011, o governo federal, pela Lei nº 12.519 Institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

O dia foi escolhido para homenagear e lembrar o maior ícone negro da história do Brasil, Zumbi de Palmares, que neste dia no ano de 1695 foi morto pelo famigerado bandeirante Domingos Jorge Velho, e também fomentar a discussão sobre a importância africana a construção cultural brasileira.

Infelizmente o que se viu ao longo dos anos é que esta se tornou mais uma da tantas leis que criaram dias comemorativos que passam em branco e não agregam quase nada para a consciência nacional.

As escolas deveriam, ao longo desta semana, realizarem projetos e trabalhos interdisciplinares para tratarem do assunto, levantando discussões a cerca da discriminação de cor e raça, que tristemente ainda existe em nosso país, para que assim pudéssemos extinguir essa “doença” de nossas vidas.

Mas este dia é celebrado somente por alguns grupos e organizações que bravamente tentam manter, a duras penas, a memória africana viva, o preconceito a estes bravos guerreiros ainda é muito grande.

Todos os brasileiros reconhecem, ou pelo menos deveriam reconhecer, a contribuição africana em nossa cultura, também pudera, o Brasil foi o país que recebeu o maior contingente de escravos negros africanos no mundo, calcula-se em três milhões o número de negros cativos vindo para o Brasil entre os séculos XVI e XVIII.

No Brasil os africanos foram inicialmente escravizados, tratados como animais, sem respeito e praticamente sem direito a nada, desempenhavam na maioria das vezes trabalhos braçais, vistos como indignos pelos brancos, mas mesmo marginalizados encontraram maneiras de expressarem sua cultura de revelarem seus desejos e assim marcaram de maneira profunda a história brasileira, colaborando positivamente para a construção do nosso país.

É inegável que ocorreram avanços positivos se compararmos a situação da comunidade afro - descendente brasileira atual com há de dez anos atrás, mas também é inegável que a maioria dos brasileiros pobres e esquecidos pelo poder público são negros.

Portanto usemos o dia de hoje para refletirmos sobre o modelo de sociedade que queremos construir, sobre o futuro que desejamos ter, a igualdade e a justiça social podem e devem ser objetivo comum a toda a humanidade.

Termino esta coluna citando Lygia Fagundes Telles, que em sua obra A disciplina do amor, escreveu: “Cada vez que morre um velho africano é uma biblioteca que se incendeia”

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