Zika, Chicungunha e Dengue: a apoteose do aquecimento global a partir do Ebola

Zika, Chicungunha e Dengue: a apoteose do aquecimento global a partir do Ebola

Não foi por mero acaso que terra, sol (calor, fogo), água e ar foram elementos eleitos pelos filósofos da natureza, na Grécia Antiga, para explicar a vida, sua força e seus limites. O mesmo vale para místico, alquimistas e bruxas. Eles e elas observaram, sentiram ou intuíram, conforme a filiação à filosofia, ao misticismo, a alquimia ou a bruxaria, o quanto estes elementos eram necessários para suportar a vida, seu florescer e fenecer.

Séculos depois estes perderiam o posto legítimo de explicação do mundo para químicos, biólogos e suas áreas conexas ou reflexas da ciência, sem, contudo, conseguir se fazer valer sem o apoio em alguns conhecimentos daqueles que negavam a validade do saber.

Chegamos ao século XXI e, este conhecimento explicativo da vida ganhou novas formas na tabela periódica, nas pesquisas acadêmicas-científicas e na consciência coletiva; todavia, não podemos negar que sem o planeta terra, sem o sol, sem água e sem o ar não podemos sobreviver. Mais, que isto, nossa interferência no planeta altera as relações estáveis forjadas ao longo de milênios.

Assim como para existir vida no planeta foram preciso condições especiais na relação entre terra, sol, água e ar, do mesmo modo, se alterarmos a relação com um ou mais dos elementos fundamentais podemos colocar em risco a vida ou em declínio: o aquecimento global.

O conceito de aquecimento global é da década de 1970, momento em que se realizava certo consenso de que ocorria aquecimento do planeta por influência humana. O aquecimento global nada mais é que alterarmos a relação da terra, do ar e da água com o calor por via da intervenção humana na natureza, o que ocorre de modo decisivo com o implemento da economia capitalista pós Revolução Industrial. Esta se utilizando primeiro do carvão, e agora do petróleo, contribuiu para o desequilíbrio do planeta com seus elementos fundamentais e fundantes.

Estas mudanças climáticas vêm sendo denunciadas há décadas e o reconhecimento de que é o modo de vida humana que tem colaborado para esta transformação é desta década, mais que isto, ano a ano temos o aumento da temperatura e da sensação térmica. Basta pensar que o ano de 2014 foi o mais quente desde que a temperatura é medida; e o ano de 2016 superou o ano anterior.

Com estas transformações não é só o clima que de altera, mas o que dele depende para permanecer em equilíbrio ou inofensivo. O aumento da temperatura propicia condições especiais climáticas para vírus e bactérias se proliferarem ou se transmutarem, além de outros seres, e até faz com que limitações regionais de sobrevivência e reprodução sejam alteradas e expandidas. Transpondo isto para a saúde e o clima, ou se preferir para a doença e o clima, na mesma década em que se iniciou o consenso ao redor do conceito de aquecimento global, e não por acaso, ocorreram os primeiros surtos de Ebola.

O Zica, por sua vez, descoberto na Floresta do Zica, na África, em 1947, não causava grandes preocupações devido aos sintomas leves que causavam: coceira, febre e manchas pelo corpo. E, ao fato de estar circunscrito a uma determinada região. Foi se alastrando aos poucos ao estilo “virose”. Com as transformações climáticas, sobretudo nos dois últimos anos, encontrou cenário ideal para se expandir por vários países, o mesmo caso da Chigungunha.

O Zica, via Aedes aegypti, hoje se espalhou por vários continentes e encontrou, via hospedeiro, clima favorável para se expandir pelas Américas a ponto de preocupar os EUA que diante do aquecimento global também passa a ter condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito portador dos vírus em questão.

Neste campo de interpretação, o problema do Ebola, em um extremo, e do Zika, do Chicungunha e da Dengue são apenas os sinais das doenças provenientes do clima pelo aquecimento global que propicia maior espaço de alcance e de reprodução. A temperatura torna-se ideal para a proliferação tanto por um período maior, quanto em maior extensão geográfica – do Brasil aos EUA.

São apenas os primeiros sinais das doenças climáticas que nos assombram se nada for feito para deter o aquecimento global. É um alarme sério visto que vírus detidos em espaços geográficos determinados e inofensivos ao ser humano podem evoluír para formas letais, como o Ebola, ou que comprometem as futuras gerações, como o Zika – suspeita do aumento de microcefalia.

É a natureza respondendo ao ser que se notabilizou por ser o maior predador a ponto de por em risco a vida planetária? Deste ponto de referência aquelas viroses que os médicos não dizem ou não sabem o nome poderiam evoluir para formas mais letais, com nome conhecido e efeitos assustadores?

            Não se preocupe, cara pessoa leitora, este é apernas um artigo de ensaio hipotético, sem grandes compromissos com a realidade.

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