Desenvolvimento tecnológico

Desenvolvimento tecnológico

No Supera Parque de Inovação e Tecnologia, 50 empresas, entre incubadas e associadas, além de oito empreendimentos do Centro de Negócios, ganham força para criar novos produtos e serviços

Uma ideia inovadora e um perfil empreendedor são os principais requisitos para a criação, o desenvolvimento e o aprimoramento de micro e de pequenas empresas de base tecnológica. Com apoio da Supera Incubadora de Empresas, empresários, pesquisadores e recém-formados ganham fôlego e incentivos para aprimorar seus projetos, saindo do patamar empírico para a prática empresarial. O projeto abrange todos os aspectos tecnológicos, gerenciais, mercadológicos e de recursos humanos necessários para que o sonho saia da prancheta e ganhe o mercado.

Com capacidade instalada para abrigar até 60 empresas, a Supera foi criada em 2003 por meio da parceria, à época, entre a Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde (Fipase), a Universidade de São Paulo (USP), a Prefeitura de Ribeirão Preto e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Atualmente, o local abriga 50 empresas, divididas em pré-residência, residência e associada, além de oito outros empreendimentos, instalados no Centro de Negócios. Integrante do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, também gerido pela Fipase, a incubadora coloca toda infraestrutura à disposição das incubadas. Além da Incubadora de Empresas, o Parque, construído em etapas, abriga o Centro de Negócios, o Centro de Tecnologia, o Polo Industrial de Software (PISO) com um centro de capacitação profissional, e a parte administrativa. Instaladas em salas individuais ou compartilhadas, elas contam com serviços básicos, como luz, água, telefone, assessoria e consultoria para o desenvolvimento de seus negócios, capacitação técnica e acesso à rede de contatos. “Além disso, realizamos eventos internos, palestras e workshops, e facilitamos a participação em eventos nacionais e internacionais”, reforça Eduardo Cicconi, gerente de novos Negócios.

Todos os anos, a Incubadora promove duas rodadas para seleção de empresas, oferecendo curso de capacitação em modelo de negócios e escolhendo os melhores projetos, que são avaliados por uma banca examinadora e pelo conselho da Supera. As empresas em pré-incubação têm o direito de utilizar o Open Space, uma sala compartilhada por um período de até três anos, com uma taxa mínima que varia entre R$ 200,00 a R$ 300,00 por mês, valor pago também pelas associadas. Na categoria incubação, os empreendimentos são divididos em salas individuais de 40, 60 e 80 m², por um período de três anos, renovável por mais um e taxas que variam de R$ 15,00 a R$ 27,00 o m² por mês. Saulo Rodrigues, gerente da Supera, explica que o valor arrecadado pela incubadora é utilizado, integralmente, em benefício das empresas, como a manutenção das instalações físicas e dos serviços.

Os projetos incubados são, em geral, ligados às áreas prioritárias do Parque, como saúde, tecnologia da informação, biotecnologia, química, fármacos, cosméticos e bioenergia. A seleção de novos participantes acontece duas vezes por ano e o número de vagas pode variar. Para serem classificados, os interessados devem atender a alguns critérios, entre eles: a viabilidade técnica e econômica do empreendimento, o conteúdo tecnológico e o grau de inovação dos produtos e serviços.

Com relação ao Centro de Negócios, para que as empresas possam ingressar nesta modalidade, é necessário participar de um edital de concorrência, atendendo a todos os requisitos nele estabelecidos. Diferentemente do que ocorre na incubação, a empresa deve se apresentar com um maior grau de desenvolvimento. Dalton Siqueira Pitta Marques, gerente de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, observa que a atuação da Fipase, seja na incubadora, no Parque ou em outros projetos, não se resume, necessariamente, às áreas prioritárias, podendo prestar apoio para o desenvolvimento de negócios de outras áreas, desde que sejam projetos inovadores e de base tecnológica.

CENTRO DE TECONOLOGIA

O Centro de Tecnologia tem papel importante para a região de Ribeirão Preto, uma vez que é responsável pela prestação de serviços tecnológicos orientados para aumentar a competitividade da indústria, à medida que consegue oferecer infraestrutura laboratorial e mão de obra qualificada em pontos críticos no processo de inovação dentro das empresas. Está em processo de acreditação junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para a realização de ensaios em equipamentos médico-hospitalares e odontológicos. O objeto de acreditação contempla a norma ABNT NBR IEC 60601, exigida para todos os equipamentos eletromédicos, além da norma particular para bisturis eletrônicos. Além disso, o laboratório possui vários convênios em andamento para expansão das atividades, como aponta o coordenador do Centro, Érico Carvalho Moreli.

O espaço inclui laboratórios de ensaios em equipamentos de ultrassom; o de aparelhos de raios X, que será o segundo laboratório acreditado pelo Inmetro no Brasil para ensaios em equipamentos deste tipo; o de ensaios de compatibilidade eletromagnética, que irá atender empresas do setor industrial, eletrodomésticos, informática, telecomunicações e equipamentos médico-hospitalares e odontológicos; e o de química, que permitirá a realização de ensaios para atender à diretiva europeia 2002/95/EC, conhecida como Restrictions of the use of Certain Hazardous Substances (RoHS).

Além disso, a Fipase teve aprovado outro convênio com a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Governo do Estado de São Paulo, no valor de R$ 2 milhões, a partir de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para montagem de outros dois laboratórios: um de calibração de eletricidade, temperatura e pressão, e outro de prototipagem rápida. Quando sair a acreditação do Centro, que também atua em parceria com grupos de pesquisas da USP, ele integrará a Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios que é consultada por empresas de todo o mundo. “Com isso, o setor produtivo terá acesso de forma rápida às pesquisas realizadas no campus, aumentando as atividades de cooperação da indústria com a Universidade e promovendo o desenvolvimento tecnológico das empresas”, ressalta Érico.

INTERNACIONALIZAÇÃO

João Francisco Pelegrino dos Reis começou como estagiário da incubadora e hoje conduz todas as ações do escritório de internacionalização do Parque. “Isso foi um ponto muito positivo para mim, pois pude complementar minha formação acadêmica com a prática. Com o Supera International Office, conheci bem a realidade e o dia a dia de nossas empresas, o que foi essencial para elaborar e executar planos e ações de internacionalização”, aponta João Reis. Para as empresas do Parque, o relacionamento com empresas e instituições estrangeiras representa troca de conhecimentos, realização de negócios, parcerias e acesso a novos mercados.

João Francisco explica que o intercâmbio é importante tanto quando estrangeiros vêm ao Parque, quanto nas oportunidades em que os participantes daqui vão para outro país, pois eles têm a oportunidade de validar seus negócios e projetos em um mercado diferente do brasileiro. O trabalho já rendeu bons frutos, como a parceria com uma empresária britânica pelo programa Connect, que trocou muitas experiências, conhecimentos e contatos com empresários incubados. “Uma empresa belga e outra chinesa, que participam do programa de ‘soft landing’ também estão em contato direto com outros empreendedores do Parque, negociando parcerias e definindo oportunidades de negócios conjuntas”, frisa João Reis. No segundo semestre deste ano, três empresas incubadas participarão de um intercâmbio de uma semana nos Estados Unidos.

Texto: Rose Rubini
Fotos: Julio Sian e Divulgação
Ilustração da capa: Cross Reality

 

Supera Incubadora tem capacidade para abrigar até 60 empresas

 

Laboratórios oferecem infraestrutura e mão de obra em pontos críticos no processo de inovação tecnológica nas empresas

 

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