História a ser a ser contada

História a ser a ser contada

A Revide dá continuidade à sua campanha de aniversário, destacando 30 personalidades do passado determinantes para a construção da Ribeirão Preto atual

Para Arthur Barros, Padre Euclides talvez tenha sido o maior personagem da história da cidadeDurante os últimos 30 anos, foram muitas as oportunidades em que a Revide abriu espaço em suas páginas para retratar personagens relevantes — do passado e do presente — de Ribeirão Preto, além de abordar a importância da preservação do patrimônio histórico da cidade.  Perto de encerrar a campanha de celebração por três décadas de existência, a revista aproveita mais uma chance para destacar a força e a determinação de 30 homens e mulheres que se dedicaram a um ideal, escrevendo trechos fundamentais dessa narrativa.

Para a historiadora Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa, coordenadora do curso de História da Barão de Mauá e pesquisadora do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (Ipccic), membro da Academia Ribeirãopretana de Educação (ARE), muitos desses nomes foram esquecidos pela população, ou são apenas conhecidos como nomes de ruas e de praças. Isso acontece porque faltam programas de educação patrimonial, que dediquem tempo nas escolas para o aprendizado da história da cidade. 

“Ribeirão Preto sempre foi um lugar de passantes. No início do século XX, as pessoas vinham para a cidade para fazer fortuna e, depois, iam embora. Muitos, no entanto, acabaram se fixando por aqui. Atualmente, a cidade é um polo educacional e atrai um grande número de estudantes que, muitas vezes, também se estabelecem definitivamente por aqui. Além disso, é um polo de atração regional, por oferecer oportunidades de trabalho. Isso acarreta um grave problema de falta de pertencimento da população ao município, gerando ‘usuários’ da cidade e não cidadãos “cocriadores”, em condições de participar ativamente da vida local”, pontua a historiadora. Para Lilian, duas personalidades de destaque, entre os nomes selecionados pela Revide a seguir, são Francisco Schmidt, na área da economia, e Bassano Vaccarini, em educação e artes. 

Já para o historiador, pedagogo e coordenador do Arquivo Público Municipal, Arthur Barros, estudioso do período da Ditadura Militar, duas figuras emblemáticas desta lista são Madre Maurina Borges da Silveira e Padre Euclides Carneiro. Lilian Rosa considera Francisco Schmidt e Bassano Vaccarini dois nomes relevantes para a história da cidadeA primeira porque representou um marco da Igreja Católica e da sociedade civil na luta pelos Direitos Humanos no Brasil. “Episódios como o ocorrido com a Irmã Maurina devem ser lembrados como página triste da nossa história para que não ocorram nunca mais”, frisa o pesquisador. O segundo pelo seu envolvimento com a comunidade. Criou a Escola de Artes e Ofícios, o Centro Operário São Benedito, o Asylo de Mendicidade, que virou Asylo Padre Euclides, e foi provedor da Sociedade Beneficente Santa Casa de Misericórdia.  “Grande humanista, respeitado e considerado uma autoridade, Padre Euclides Carneiro talvez tenha sido o maior personagem da história da cidade pelo conjunto de sua obra”, define Athur.

Um personagem a parte

Para o jornalista, pesquisador e escritor, Nicola Tornatore, autor dos livros “Pioneiros que fizeram História” e “Crimes na Pequena Paris”, que narram um trecho da história de Ribeirão Preto e de seus fundadores, a cidade nunca deu a devida importância histórica a Luiz Pereira Barreto, que seria o homem responsável por transformar o  insignificante vilarejo, “semelhante a dezenas de outros que surgiram no interior paulista na segunda metade dos anos 1800”, em uma das maiores cidades do interior brasileiro.

Filho de fazendeiros, nascido em 1840, em Resende (RJ), Barreto estudou Ciências Naturais e Medicina na Bélgica. Ao retornar ao país, encontrou a cafeicultura no Vale do Paraíba fluminense em crise, com as terras exauridas por décadas de cultivo sem nenhuma adubação. 

Em janeiro de 1876, fez uma viagem de várias semanas em busca de outra região para a atividade cafeeira, chegando, enfim, à desconhecida vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, então, com pouco mais de 5.000 habitantes e onde já despontavam pequenos cafezais com elevada produtividade. 

“Apesar de sua importância, Pereira Barreto é apenas mais um nome esquecido”, afirma Nicola TornatoreFicou maravilhado com a terra vermelha da região. Comprou uma fazenda de 800 alqueires, coletou amostras da terra e enviou para um laboratório na Bélgica, recebendo, meses depois, a confirmação da sua fertilidade. Sem perder tempo, empreendeu a “Caravana Pereira Barreto”, conduzindo toda a família e vários irmãos para o “sertão”, onde introduziu o café tipo bourbon, transformando a região no novo centro cafeeiro do Brasil.

“A realidade superou as previsões de Luiz Pereira Barreto. Ele, que imaginou Ribeirão Preto e sua terra roxa como a salvação do café do Brasil, presenciou algo ainda maior: o ‘Eldorado Paulista’ se tornar o maior produtor de café do mundo”, relata Nicola, pontuando que, apesar de sua importância para a história da cidade, o médico e cafeicultor possui apenas um busto na praça XV de Novembro e dá nome a uma rua no bairro Campos Elíseos. “Sumiram com o Pereira. Em vez de trocar o nome de Nova Oriente, uma cidade fundada em 1928, após a morte de Luiz Pereira Barreto, o governo teria feito melhor se tivesse rebatizado Ribeirão Preto com o nome de seu inventor”, finaliza o escritor.

Confira as fotos na galeria.

1-Abílio Couto
Primeiro atleta do Brasil a realizar a travessia do Canal da Mancha, Abílio Álvaro da Costa Couto nasceu em Ribeirão Preto em 24 de dezembro de 1924. Formou-se em Direito, profissão que exerceu paralelamente a de pilotos de aviões, chegando a comprar uma aeronave para realizar trabalhos particulares. Considerado um idealista, vendeu todos os bens que possuía para se aventurar no mundo da natação e se tornou o “pai” das águas abertas. Ele fez o percurso da França à Inglaterra em 12 horas e 45 minutos, em 10 de agosto de 1958. Em 1965, Abílio também realizou a travessia do Estreito de Gibraltar somando, em todas as provas até ali, 41 mil km nadados, o equivalente a uma volta ao mundo. Mesmo sendo amador, conquistou o título de campeão mundial de natação profissional em águas abertas quatro vezes e também representou o país em oito campeonatos mundiais de natação de longa distância. Faleceu em 1998, aos 74 anos.

2-Altino Arantes
Nascido em Batatais, em 29 de setembro de 1876, Altino Arantes Marques formou-se em Direito e se dedicou à advocacia, ao jornalismo e à política, atuando não apenas na cidade natal, mas também em Franca e em Ribeirão Preto. Foi deputado federal de 1906 a 1911, depois secretário dos Negócios do Interior até 1915 e sucedeu Rodrigues Alves, de 1916 a 1920, como governador, enfrentando, neste período, sérios problemas, como geadas que devastaram cafezais na região de Ribeirão Preto, a Primeira Guerra Mundial, greves em diversos setores e epidemia da gripe espanhola. Criou a Caixa Econômica do Estado de São Paulo. Ficou um ano exilado em Portugal. Em 1946, foi o único candidato do Partido Republicano a vencer as eleições, retornando à Câmara dos Deputados. Até o final da vida foi presidente da Associação Sinhá Junqueira e do Banco Mogiano do Comércio e Indústrias. Faleceu em São Paulo, em 1965.

3-Amin Calil
Maior símbolo do comércio e da indústria de Ribeirão Preto, Amim Antonio Calil nasceu em 16 de abril de 1910, em Altinópolis, formou-se em Farmácia pela USP em 1930, mas veio para Ribeirão Preto em 1935 para se dedicar, junto com os irmãos, ao ramo comercial e acabou se tornando presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), por 23 anos, entre 1941 e 1958. Transformou o pequeno órgão de classe em uma organização indispensável às grandes decisões da cidade. Também foi membro da ACISP e representante do Conselho das Associações Comerciais do Estado de São Paulo. Foi responsável pela conclusão do Palácio do Comércio e Indústria, inaugurado em 8 de agosto de 1954, e pela criação do Instituto de Economia e do Serviço de Proteção ao Crédito. Graças a sua atuação, a  cidade possui, hoje, o Senac, o Sesc, o Senai e o Sesi, órgãos que tem prestado grandes serviços à comunidade. Também foi diretor da ZYR-79 e pioneiro do movimento que trouxe as redes de televisão para cidade. Faleceu em 30 de maio de 1971.

4-Antonio Diederichsen
Nascido em 1º de agosto de 1875, em São Paulo, Antonio Diederichsen foi estudar na Alemanha por vontade do pai. Com menos de 20 anos, já era considerado um homem experiente e decidiu regressar ao Brasil. No navio, conheceu o coronel Francisco Schmidt, o rei do café, e ficou hospedado na fazenda Monte Alegre até o retorno do tio, Arthur Diederichsen, que estava no Rio de Janeiro. Embora tenha vindo administrar a fazenda do tio, tinha perfil industrial e aproveitou a oportunidade da falência do Banco Construtor e Auxiliar, de Santos, para comprar suas empresas em Ribeirão Preto — uma oficina mecânica, uma fundição e uma serraria. Assim, começou a funcionar a “Diederichsen & Hibbeln”, que deu origem ao grupo “Diederichsen & Cia”, responsável pela construção do Edifício Diederichsen, o primeiro com mais de três pavimentos do interior paulista, e também do Hotel Umuarama, além da criação da primeira concessionária de veículos da cidade. A ousadia de Diederichsen colocou Ribeirão Preto no caminho da modernidade. Faleceu em 30 de setembro de 1955.

5-Antonio Machado Sant´Anna 
Nascido no distrito de Vila Bonfim (atual Bonfim Paulista), em 9 de agosto de 1906, Antonio Machado Sant´Anna dedicou sua vida ao jornalismo. Começou na atividade em 1924, no jornal “A Cidade”, passando pelo “Diário da Manhã” como cronista esportivo. Em 1929, ao lado de Luiz Gomes, fundou o “Diário d´Oeste” e, em 1930, assumiu a direção da sucursal dos “Diários Associados”. Em 1939, também fundou a revista de Ribeirão Preto e, no ano seguinte, comprou o jornal “A Tarde”. Em meados de 50 adquiriu, junto com amigos, o “Diário da Manhã”, considerado o decano da imprensa ribeirãopretana, que funcionou até 1964, quando os militares interromperam sua circulação. Sant´Anna foi um jornalista combativo e combatido. Cobrou o prolongamento da rodovia Anhanguera até a cidade, a instalação da Faculdade de Medicina, a substituição do antigo telefone à manivela pelo automático, a retirada da estação Mogiana do centro da cidade e a pavimentação de ruas. Guiava-se pelo desejo de servir. Tornou-se incansável propagandista de Ribeirão Preto, não só nos jornais em que escrevia, mas pelos trabalhos realizados junto a órgãos administrativos do país. Ficou conhecido como “embaixador de Ribeirão Preto”, pelo seu entusiasmo com o progresso da cidade. Faleceu em 9 de setembro de 1981.

6-Antonio Marincek
Nascido em Jardinópolis, em 28 de junho de 1903, Antonio Marincek se mudou para Ribeirão Preto com a família aos nove anos e ajudou a projetar o nome da cidade em âmbito nacional por sua trajetória na aviação. Formou-se instrutor e ajudou a esposa Antonia Mugnatto a conquistar licença para pilotar, assim como os dois filhos, Hélio e Homilton, — aliás, os mais jovens pilotos na época, sendo convidados por Assis Chateubriand a se apresentarem em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Juiz de Fora. Formaram a primeira família voadora do mundo. Antonio comprou um pequeno avião e o hangar de Juvenal Paixão, no Tanquinho, formando a Escola de Aviação Marincek, em 1933. Entre outras pessoas, o instrutor ensinou Walter de Lucca e Luiz Leite Lopes a voar. Junto com alguns alunos, fundou o Aeroclube de Ribeirão Preto e inaugurou vários campos de aviação no país. Além de grandes serviços prestados nessa área, também ajudou a lotear vários bairros e sempre prestigiou os esportes da cidade. Fundou o Clube de Regatas e idealizou o Ipanema, utilizando parte de sua chácara para criar o clube. Faleceu em 2 de maio de 1991.

7-Bassano Vacarini
Um dos artistas mais conhecidos da cidade, Bassano Vaccarini nasceu em San Colombano, na Itália, em 9 de agosto de 1914, e chegou a Ribeirão Preto em 1956, a convite do então prefeito Costabile Romano para organizar a cenografia da festa do centenário municipal. Acabou ficando e fundando a Escola de Artes Plásticas, anos depois, incorporada pela Unaerp. O artista nunca viveu exclusivamente da arte e sempre deu aulas para sobreviver. Aposentou-se no final da década de 70, restringindo as atividades ao seu ateliê. Até 1983, seus trabalhos não eram catalogados de forma sistemática, o que passou a ser feito por sua esposa. Em junho de 1997, foi inaugurada uma galeria ao lado de seu ateliê, para exposição de seu acervo. Vaccarini trabalhou com diferentes técnicas e materiais como argila, cerâmica, pedra sabão, metais e sucatas. Embora tenha se dedicado mais à escultura e à pintura, também se dedicou à cenografia e ao cinema de animação. Faleceu em 7 de abril de 2002, aos 87 anos, em Altinópolis.

8-Camilo de Matos 
Nascido em Rio Novo, antigo distrito de Barbacena (MG), em 13 de dezembro 1883, Joaquim Camilo de Moraes Mattos veio para Ribeirão Preto ainda criança. Formou-se em Direito, em São Paulo, e voltou à cidade, tornando-se advogado de destaque. Filantropo por vocação e pessoa de muito prestígio, foi por duas vezes vereador e também prefeito de 27 de abril de 1929 até 25 de outubro de 1930, deposto pela chegada de Getúlio Vargas ao poder, pois pertencia ao Partido Republicano Paulista. Antes, no entanto, inaugurou o Theatro Pedro II. Como prefeito, trouxe a Guarda Municipal para reorganizar o trânsito, deu ênfase à Saúde à Educação e instituiu a sopa escolar com recurso próprio. Também gostava de praticar caridade e foi o idealizador do Educandário Quito Junqueira. Faleceu em 24 de agosto de 1945, aos 52 anos.

9-Costabile Romano
Nascido em São Paulo, em 28 de julho de 1902, Costabile Romano se tornou um dos prefeitos mais populares de Ribeirão Preto. Mudou-se na década de 20 e, depois de trabalhar com o pai na padaria, ingressou no jornalismo esportivo, trabalhando em jornais e fazendo cobertura dos times de futebol. Acabou comprando o jornal “O Diário da Manhã”, em 1932, revendido na década de 40. Em 1955, fundou “O Diário”. Em 1956, foi eleito prefeito e, em 1958, deixou a Prefeitura e se elegeu deputado estadual por duas vezes consecutivas. Permaneceu no cargo até 1966, quando os planos de se candidatar a deputado federal ou senador foram interrompidos por um acidente de carro, na rodovia Anhanguera, no dia 2 de setembro. Como prefeito, Costabile estendeu o desenvolvimento da cidade para além do quadrilátero central, pavimentando mil quarteirões, em bairros tradicionais como Vila Tibério e Vila Virgínia e avenidas como Portugal, Dom Pedro I e Caramuru. Também levou a rede de água para os bairros Ipiranga e Santa Cruz do José Jacques. Construiu a primeira rodoviária da cidade, o Mercado Municipal e vários parques infantis que funcionavam como pré-escolas.

10-Fábio Barreto
Fábio de Sá Barreto nasceu em Resende (RJ), em 4 de janeiro de 1876, e veio aos nove meses com a família para a região. Formou-se em Direito em 1896, e, três anos depois, transferiu-se para Ribeirão Preto, onde lecionou matemática e advogou. Em 1905, foi eleito vereador, no entanto, por razões políticas, deixou o cargo em 1º de dezembro de 1906. Só retornou à política em 1919, quando foi novamente eleito vereador, sendo vice-presidente e depois presidente da Câmara, até 1924, quando se elegeu deputado federal. Não chegou a concluir o mandato porque foi nomeado pelo governador Júlio Prestes como secretário de Estado dos Negócios do Interior e depois secretário de Educação. Em 1937, assumiu a prefeitura no lugar de Alberto Whately, licenciado por motivos de saúde e só deixou o cargo em 1944, também por motivo de saúde. Barreto contribuiu para o crescimento de Ribeirão Preto e criou condições para outros continuarem as obras de saneamento e de infraestrutura. Também foi responsável pelo plantio de muitas árvores no Horto Florestal, em praças públicas e no Bosque Municipal. Faleceu aos 72 anos em 5 de dezembro de 1948.

11-Francisco Amêndola Silva
Nascido em 25 de julho de 1924, em Ibitinga (SP), Francisco Amêndola da Silva veio para Ribeirão Preto em 1958, dar aula na Escola de Artes Plásticas. Também lecionou no Centro Universitário Moura Lacerda e na Unaerp. Envolveu-se em múltiplas atividades, organizando e promovendo clubes de fotografia, de cinema e mostras de acervos de museus brasileiros estrangeiros. Incentivou galerias, promoveu noites de autógrafos e realizou festivais de cinema, além de cursos de gravura e litografia. Participou das 8ª e 9ª Bienais de São Paulo, Salão de Arte Moderna do Rio de janeiro, Salão Paulista de Arte Moderna, Salão de Brasília e Salão Esso de Artistas Jovens no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Na Itália, participou de três exposições e ganhou um prêmio em Milão, em 1974. Deixou a pintura em 1995 quando sofreu um AVC. Faleceu aos 83 anos, em 05 de dezembro de 2007.

12-Francisco Cassoulet 
Poucos registros em livros contam a história do homem que trouxe lazer e diversão para Ribeirão Preto, no final do século XIX,, marcando a chamada “Belle Époque”. Francisco Cassoulet nasceu na região da Córsega, na França, com o nome de François e trabalhou como garçom em grandes estabelecimentos de Paris, antes de abandonar as origens, por volta de 1884, rumo ao Brasil. Veio para Ribeirão Preto atraído pelas notícias de riqueza.  Em 1897, abriu um pequeno bar que começou a atrair fregueses e deu origem ao famoso Eldorado, que atraia gente de toda região para se divertir na noite ribeirãopretana. Também dirigiu o Theatro Carlos Gomes e por volta de 1914 chegou a ser dono de outras quatro casas de espetáculos, Paris Theatre, Cinema Rio Branco, Polytheama e Cassino Antártica. Cassoulet controlou toda a programação teatral da cidade no período, desde luxuosos espetáculos até atrações de interesse masculino. Em 1917, o empresário foi à falência, perdendo todos os bens. Foi enterrado em 17 de fevereiro de 1919.

13-Francisco Schmidt
Nascido em 3 de outubro de 1850, em uma pequena cidade chamada Osthofen, às margens do rio Reno, na Alemanha, Francisco Schmidt chegou ao Brasil aos oito anos, acompanhado dos pais, para trabalhar na lavoura paulista. Também foi comerciante, antes de comprar a fazenda Monte Alegre e se dedicar à lavoura. Suas terras chegaram a abranger 16 milhões de cafeeiros. Em 1906, possuía oito milhões de pés, que geraram 300 mil sacas. Também se aventurou na cultura de cana-de-açúcar e montou três usinas, uma em Franca e duas em Sertãozinho. Seu patrimônio era de 30 fazendas, 17 delas em Ribeirão Preto. Em 1913, foi reconhecido como o maior produtor mundial, recebendo o título de rei do café. Também foi vereador por quatro legislaturas, de 1896 a 1899 e 1911 a 1920, sendo eleito presidente da Câmara por dois mandatos. Sua antiga fazenda Monte Alegre hoje sedia o campus da USP e o Museu do Café, que leva seu nome. Entrou para história de Ribeirão Preto e de São Paulo  como criador de um grande império cafeeiro. Faleceu aos 73 anos, em 18 de maio de 1924.

14-Henrique Dumont 
Nascido em Diamantina, em 20 de julho de 1832, Henrique Dumont ficou órfão de pai cedo  e um padrinho comprometeu-se com sua educação, levando-o para o Rio de Janeiro e, em seguida, para Paris, onde se formou engenheiro, em 1853. De volta ao Brasil, trabalhou como engenheiro de obras públicas em Minas Gerais, onde se casou e teve oito filhos, o caçula, Henrique Dumont, considerado o “Pai da Aviação”. Influenciado pela família, Henrique deixou a área da construção e passou a se dedicar à lavoura, especialmente a cultura do café. Atraído pelo solo fértil, adquiriu grande extensão de terras em Ribeirão Preto e plantou cinco milhões de pés. Trabalhador e inteligente, não demorou a ser chamado também de rei do café. Faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892.

15-Irmã Maurina
Nascida em Araxá (MG), em 18 de junho de 1926, a irmã Maurina Borges da Silveira, veio para Ribeirão Preto em 1969, incumbida da direção do Lar Santana, onde cuidava de 80 meninas. Em função da ditadura militar que dominou o Brasil por 20 anos, viu-se envolvida em um episódio histórico que mudou drasticamente sua vida, aos 43 anos. Em 24 de novembro do mesmo ano, foi presa e torturada, acusada de conspirar contra o governo. Ela havia cedido uma sala do orfanato para reuniões de jovens do movimento operário católico, que as autoridades descobriram ser a sede da Frente Armada de Libertação Nacional (FALN), onde se editava o jornal de oposição ao regime “O Berro”. Depois da prisão e dos primeiros interrogatórios, suspeitou-se que ela tivesse sido assediada e estuprada, embora a freira sempre tenha negado o ocorrido. Entre os casos de brutalidade da época, o da freira provocou revolta e indignação. O arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Felício Cunha Vasconcelos, excomungou o delegado Renato Ribeiro Soares e seu assistente, Miguel Lamano, atitude que ganhou projeção internacional na imprensa. Encaminhada para cadeia de Cravinhos, em seguida para a penitenciária de São Paulo, Irmã Maurina viveu pouco em Ribeirão Preto. Foi exilada em 1970 para a Cidade do México, por nove anos, e depois dos dois exílios — um forçado, outro espontâneo —, regressou ao Brasil, mas não à cidade. Faleceu em 2011.

16-Leite Lopes 
Luiz Leite Lopes nasceu em 20 de novembro de 1890, em São Luís, no Maranhão. Formou-se em Medicina no Rio de Janeiro e veio para Ribeirão Preto em 1916. Seu entusiasmo pela aviação era enorme e influenciou os quatro filhos. Nem a morte de um deles, Mário, em um acidente aéreo, em 1945, o fez desiludir-se da aviação, ao contrário, incentivou-o a torná-la mais segura. Junto com Cassio Lanari, Paulo Mendonça Uchôa, Leovegildo Uchôa e Luiz Aragão fundou, em 2 de abril de 1939, o Aeroclube de Ribeirão Preto e, até o final da vida, esteve envolvido na direção da instituição, que teve sua sede inaugurada em 1951, e o hangar nº 02, o principal, inaugurado após sua morte, ocorrida em 7 de março de 1952. Foi amigo de Salgado Filho, primeiro ministro da Aeronáutica, que, junto com Assis Chateubriand, iniciou a Campanha Nacional da Aviação, e também dos irmãos Marincek, conhecidos como primeira família voadora. O pequeno aeroclube ao qual dedicou sua vida se transformou em um dos principais aeroportos do interior paulista.

17-Luciano Lepera
Nascido em Ribeirão Preto em 24 de dezembro de 1923, o jornalista Luciano Lepera começou a trabalhar, aos 13 anos, como auxiliar em uma tipografia onde aprendeu datilografar e se apaixonou pela escrita. Foi o convite do diretor do “Diário de Noticias”, Osvaldo da Silva Lisboa, para ser revisor, que o introduziu, definitivamente, no jornalismo, em 1939. Passou por várias redações em Ribeirão Preto e também em São Paulo. Foi vereador, em 1956, autor da lei que criou o Teatro Municipal e, em 1959, elegeu-se deputado estadual. Embora reeleito, teve os direitos políticos cassados por dez anos pelos militares, não conseguiu trabalho e viveu foragido por um ano, com sua prisão decretada. Voltou a Ribeirão Preto em 1976, passando pelos jornais “O Diário”, “Diário da Manhã”, “Enfim” e “Verdade”. Autodidata, sem muito estudo, Lepera aprendeu os segredos da profissão nas redações e obteve destaque na profissão e também na política.

18-Manoel Penna
Nascido em 16 de fevereiro de 1889, em Areias, no Vale do Paraíba e falecido em 16 de agosto de 1990, aos 101 anos, Manoel Penna veio para Ribeirão Preto em 1910, aos 21 anos, tentar ganhar a vida. Começou como balconista e varredor na loja de ferragens do empresário alemão Antonio Diederichsen, que viu em seu espírito comunicativo e sua disciplina germânica um promissor homem de negócios, tornando-o seu gerente e procurador. A amizade entre ambos era tão sólida que Diederichsen afirmou serem dois corpos com uma só cabeça. Foi ele que trouxe o primeiro automóvel para ser vendido em Ribeirão Preto e abriu mercado para venda de eletrodomésticos. Com a crise de 1929, demonstrou sagacidade e solidariedade ao amigo, apoiando a iniciativa da construção do primeiro edifício de seis andares da cidade, com lojas, escritórios e apartamentos. Em 1945, tornou-se diretor do antigo Banco Construtor, transformado em S.A., e como presidente das empresas Diederichsen, desde a morte do amigo, em 1955, não deixou o trabalho um só dia, até completar 87 anos.

19-Manuel Gismondi
Nascido em 20 de dezembro de 1925, em Roma, Pedro Caminada Manuel-Gismondi se mudou na década de 50 para o Vale do Paraíba, depois Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1964, exerceu interinamente a presidência da Associação Brasileira de Críticos de Arte e, no ano seguinte, elegeu-se diretor da Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto. No final da década de 70, supervisionou e redigiu vários textos de arte brasileira na Editora Abril e orientou o programa História da Arte no Brasil para a TV Cultura. Premiado no Salão de Arte de Ribeirão Preto, em 1981, com o quadro Luz da Mata e no ano seguinte com o Cidade de Ribeirão Preto passou a integrar exposições e juris no Brasil e na Itália. Falecido em 31 de dezembro de 1999, aos 74 anos, o crítico, pintor e artista plástico ajudou a despertar o talento artístico em Ribeirão Preto.

20-Martinico Prado 
Grande incentivador do povoamento e da região de Ribeirão Preto, divulgador das qualidades da terra roxa, Martinho Prado Junior, mais conhecido como Martinico Prado, nasceu em São Paulo, em 17 de novembro de 1843 e faleceu em 24 de maio de 1906. Foi advogado, político e homem ligado ao campo. Atuou na região de Ribeirão Preto como um verdadeiro bandeirante, tornando-se um dos agricultores mais notáveis do Brasil. Estimulou e apoiou, inclusive financeiramente, o desenvolvimento da rede ferroviária, sendo um dos primeiros e maiores acionistas da Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Em 1877, fundou a fazenda Albertina e, em 1885, comprou muitas terras para formar a fazenda Guatapará, com cerca de 1,8 milhão de cafeeiros. O agricultor organizou os primeiros embarques de imigrantes europeus e contribuiu para a riqueza de São Paulo e para o progresso do Brasil.

21-Maurilio Biagi 
Com visão para novos empreendimentos, Maurilio Biagi foi um homem à frente do seu tempo. Nascido em 4 de dezembro de 1914, no sítio Vargem Rica, em Pontal, formou-se contador e presidiu um conjunto de empresas, subdividido em três grandes grupos: Zanini Equipamentos Pesados, Refrescos Ipiranga S.A. (RISA), criada por ele em 1948, e Companhia Energética Santa Elisa, complexo agroindustrial formado a partir das terras da Santa Elisa, herdadas do pai, Pedro Biagi. Seu primeiro emprego foi como balconista, dos 14 aos 16 anos, no antigo Banco Construtor, de Antônio Diederichsen. Depois iniciou como balanceiro, enquanto aprendia com o pai a administrar. Sétimo de 12 filhos, sempre acreditou e investiu na capacidade humana. “O administrador que espera encontrar homens feitos fracassará. Eles não existem”, afirmava. Era exigente consigo mesmo e com os demais, mas muito atencioso. Faleceu em 21 de fevereiro de 1978.

22-Meira Junior
Nascido em 26 de setembro de 1875, em Piraí, no Rio de Janeiro, João Alves Meira Júnior mudou para Ribeirão Preto, em 1895, já formado advogado. Tornou-se empresário de sucesso e foi um dos fundadores da Companhia Cervejaria Paulista e do Theatro Pedro II, assim como da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. A inauguração do Theatro, em 1930, foi o grande sonho e obra de sua vida. Figura de destaque na política, foi eleito vereador, deputado estadual, federal e senador regional de São Paulo, além de presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Também foi delegado de polícia e presidente da Ordem dos Advogados de São Paulo (OAB), na regional local. Faleceu em 27 de julho de 1952.

23-Meira Silva
Nascido em 4 de junho de 1925, em Serra Azul, com poucos meses de vida, Geraldo Meira Silva veio com a família para Ribeirão Preto. Em novembro de 1974, pelos serviços prestados à cidade, recebeu o título de cidadão ribeirãopretano. Presidiu a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) por seis vezes, permanecendo 12 anos no cargo. Também se tornou o primeiro empresário do interior a ocupar a vice-presidência da Associação Comercial de São Paulo. Durante 15 anos, foi superintendente da federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, ocupou a vice-presidência do Banespa e da Vasp, dirigiu a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) e foi o primeiro presidente do Polo de Alta Tecnologia de Ribeirão Preto (Poltec). Foi eleito o primeiro presidente do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).

24-Orestes Lopes de Camargo
Nascido em 21 de fevereiro de 1900, em Rio Claro, Orestes Lopes de Camargo veio para Ribeirão Preto em 1921. Em meados da década de 30, adquiriu o jornal A Cidade e, durante 57 anos, comandou um dos maiores diários do interior paulista. Além de se dedicar ao jornalismo, foi vereador em duas legislaturas, presidente da Câmara Municipal e presidente da Comissão Organizadora dos Festejos do Centenário de Ribeirão Preto, um dos responsáveis pela vinda do ex-presidente Juscelino Kubitscheck à cidade. Também foi presidente da Fundação Pró Menor de Ribeirão Preto e superintendente do Departamento de Água e Esgoto da cidade por três anos, além de vice-prefeito, assumindo a prefeitura, interinamente, em duas ocasiões, de janeiro de 1964 até janeiro de 1969, quando se preocupou com a remodelação do esgoto da cidade. Faleceu em 2 de abril de 1993.

25-Padre Euclides
Nascido em Itajubá (MG), em 14 de agosto de 1879, Euclides Gomes Carneiro teve a vocação sacerdotal como traço predominante de seu caráter. Após curta temporada em São Paulo e algum tempo em Campinas, transferiu-se para Ribeirão Preto, em 1902, a convite de Joaquim Antônio Siqueira. O padre marcou época. Contribuiu com o progresso da espiritualidade lançando, em 3 de maio de 1907, a pedra fundamental da Catedral. Incentivou o progresso social, assumindo a direção da Santa Casa, na época, um conjunto precário de enfermarias abandonadas, para o qual contribuiu trazendo a Congregação das Irmãs Salesianas para a cidade. Também se esforçou para o progresso humanitário, dando os primeiros passos na criação do asilo Padre Euclides. Tinha mania de criar asilos e incentivar as construções. Para o padre, muitos cuidavam das crianças e poucos se preocupavam com os idosos. Faleceu em 26 de fevereiro de 1979, deixando um legado de ensinamentos católicos a várias comunidades. 

26-Pereira Barreto 
Nascido em Resende (RJ), em 11 de janeiro de 1840, Luiz Pereira Barreto foi cientista, filósofo e biólogo, o primeiro agrônomo brasileiro, diplomado em Bruxelas. Seu nome está ligado a Ribeirão Preto por ter implantado, junto com seus irmãos, o famoso café Bourbon na região, produto que havia obtido em Resende, após pesquisas científicas na fazenda de seu pai. Foi um dos pioneiros na lavoura cafeeira e esteve ao lado dos maiores empreendedores, difundindo a vantagem da terra roxa do oeste paulista para a cultura. Em 1871, chegou à fazenda Cravinhos, na então Vila de Ribeirão Preto, que se tornou berço do café Bourbon. Junto com Martinico Prado e contando com ajuda dos primeiros imigrantes portugueses e italianos, transformou Ribeirão Preto no maior centro produtor de café do mundo. Também atuou na medicina na cidade e trabalhou pela criação do primeiro grupo escolar, em 1892, o atual Guimarães Júnior e o ginásio do estado, em 1907, denominado Otoniel Mota. Faleceu em 11 de janeiro de 1923, aos 83 anos, em São Paulo.

27-Rubem Cione 
Nascido no distrito de Marcondésia, em Monte Azul Paulista, em 30 de agosto de 1918, Rubem Cione foi professor, advogado, político, jornalista, historiador e escritor. Mudou-se com a família para Ribeirão Preto em 1934 e dedicou grande parte da vida à pesquisa sobre a cidade, investindo recursos próprios para a publicação de  uma coleção de cinco volumes sobre a história de Ribeirão Preto. Sempre participou da vida política da cidade, direta ou indiretamente, sendo vereador entre 1947 e 1951 e um dos fundadores do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A lei da Assistência Social Rural foi uma de suas primeiras ações na Câmara. Foi presidente da Academia Ribeirãopretana de Letras, da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, do Rotary Clube Norte, do diretório do PTB e do Conselho Municipal da Cultura e do Desenvolvimento Histórico. A dedicação à preservação da memória da cidade resultou na eleição de personalidade mais ilustre da história de Ribeirão Preto, pelo Júri Folha, em 2006. Faleceu em 27 de abril de 2007.

28-Sinhá Junqueira
Theolina de Andrade, que ficou conhecida como Sinhá Junqueira, era prima de primeiro grau de Francisco Maximiniano Junqueira, o coronel Quito Junqueira, com quem se casou em Franca, em 1891. Envolvida em atividades sociais, sempre auxiliou os necessitados e desprotegidos, fazendo doações para asilos, creches e hospitais. Sem filhos, deu continuidade aos projetos assistenciais, após ficar viúva em 1938, deixando para Ribeirão Preto o Educandário que, por muitos anos, serviu de orfanato para crianças e, hoje, funciona como escola, com várias atividades extracurriculares. A Biblioteca Altino Arantes e a Maternidade Sinhá Junqueira, estabelecida como maternidade-escola através de¬ um convênio assinado com a Universidade de Medicina de São Paulo e a Escola de Medicina de Ribeirão Preto , erguida em um terreno comprado por ela em 1944, onde hoje funciona a Unidade de Emergência do HC-RP, e que se tornou Hospital Materno-Infantil, são algumas de suas iniciativas na área social. Sinhá morreu aos 80 anos, em 8 de novembro de 1954.

29-Sócrates  
Nascido em 19 de fevereiro de 1954, em Belém (PA), Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira veio com a família para Ribeirão preto em 1960. A paixão pelo futebol nasceu em um campo de várzea. Em 1970, cursando o terceiro colegial e fazendo cursinho preparatório para Faculdade de Medicina, seu maior sonho até então, foi convidado para um teste no Botafogo. Já na equipe profissional, de 1973 a 1978, ajudou o clube a disputar o campeonato nacional. Em 1978, aos 24 anos, já um jogador de destaque do Botafogo, chegou ao Corinthians — onde, em 250 jogos, fez 130 gols —, já formado em Medicina. Em 1979, jogou pela primeira vez na Seleção Brasileira e vestiu a camisa verde e amarela em 63 jogos, marcando 25 gols. Em 1988, realizou o sonho de criança ao ser contratado pelo Santos. Encerrou a carreira no Botafogo. Voltou à Medicina, foi Secretário de Esportes e também comentarista esportivo. Ídolo como jogador, Sócrates era engajado politicamente e um apaixonado pelo esporte. Faleceu aos 57 anos, em 4 de dezembro de 2011.

30-Zeferino Vaz
Nascido em São Paulo, em 27 de maio de 1908, Zeferino Vaz foi nomeado membro e presidente da comissão executiva incumbida da instalação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade São Paulo, tornando-se seu primeiro diretor, em 1952. Trabalhou na USP de Ribeirão Preto por 12 anos. Sob sua direção, foram adquiridos a parte física, equipamentos e instrumentos de qualidade e construídos o hospital e a residência para os estudantes. Renunciou ao cargo de diretor porque não queria que a instituição ficasse sob a dependência de uma única pessoa. Vaz conferiu prestígio enorme a uma região que era conhecida pela produção de café, pois a faculdade passou a ser uma referência nacional, polo de atração para pesquisadores e profissionais da área de saúde. Zeferino deixou a cidade em 1964, convidado para outras missões como a reitoria da Universidade de Brasília e o planejamento e implantação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Faleceu aos
72 anos, em 9 de fevereiro de 1981.

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