Ribeirão ‘ganha’ mais de 6,6 mil empresas neste ano

Ribeirão ‘ganha’ mais de 6,6 mil empresas neste ano

Número é o atualizado até o dia 27 de agosto; no mesmo período foram fechadas quase 2,1 mil empresas, quase o triplo do ano passado

Ribeirão Preto tem 86.039 empresas abertas, em números do dia 27 de agosto, um crescimento de 8,46% sobre as 78.405 existentes em dezembro do ano passado. O crescimento é parecido com o do Brasil, que ficou em 8,42% e de São Paulo, 8,56%. Os números são do Empresômetro, site que atualiza on-line a abertura e fechamento de empresas no País.

No mesmo período, no entanto, foram fechadas na cidade 2.083 empresas. O número é 193,79% maior que o de todo o ano passado, quando 709 empresas deixaram de existir. Ainda assim, o saldo entre abertas e encerradas é de mais de 4,5 mil empresas.

Mas o número de fechamento de empresas nos primeiros oito meses deste ano só é menor que o de 2008, quando 3.264 encerraram suas atividades. Nos demais anos a média doi de 1.150 encerramentos, com exceção de 2013 (924) e 2014 (709).

De acordo com o Empresômetro, Ribeirão Preto ganhou mais de 50 mil empresas desde 2007, quando o número começou a ser disponibilizado no site. Eram 34.347 empresas naquele ano para 85.039 até o último dia 27. O maior crescimento no número, desde 2007, ocorreu no ano passado, com 7.758 novas empresas.

O comportamento do país e do estado de São Paulo é parecido com o de Ribeirão Preto, com aberturas e encerramentos com percentuais bastante similares. Também é semelhante o percentual de micros e pequenas empresas no conjunto da iniciativa privada, sempre com pouco mais de 90% para as menores e menos de 10% para os grandes conglomerados.

Positivo e negativo

O número de abertura de empresas pode não significar o aumento do número de empreendedores dispostos a investir, mas da tentativa de novos desempregados na inicialização de uma nova empresa. Demitido, o funcionário de carteira assinada arrisca-se no mercado.

“Quanto mais desemprego, mais se abre novas empresas. É uma espécie de gatilho do empreendedorismo. O pior é que o desempregado queima os recursos da indenização e nem sempre obtém sucesso na nova empreitada”, diz o professor de economia Vicente Golfeto, diretor do Instituto de Economia Maurílio Biagi, da Acirp.

Ele aponta que o percentual de sucesso destas novas empresas dificilmente passa de 50%. “Na maioria das vezes a pessoa não está criando uma empresa, mas um emprego próprio. Às vezes a iniciativa dá certo e revela um empreendedor tímido, não descoberto”, comenta.

Empregos

O professor de Economia da FEA-RP, Luciano Nakabashi, prefere não analisar se a crise está ou não presente na cidade com base na abertura e fechamento de empresas. Justamente porque os números podem não dar a noção exata do que está ocorrendo. “Pelos números do mercado de trabalho Ribeirão Preto também enfrenta crise, com a redução de vagas de empregos”, afirma.

Para Nakabashi, nem mesmo o número de imóveis comerciais ofertados para locação representa um bom indicador. “Há um excesso de oferta”. Sobre a abertura de “firmas” por desempregado ele acha que pode até ser, mas não é esse um indicador confiável.

 

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Guto Silveira
Fotos: Ibraim Leão

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