Tratamento eficaz

Tratamento eficaz

Graças aos avanços da Medicina, o câncer de próstata pode ser tratado por diferentes métodos; as características da enfermidade e as condições do paciente apontarão as melhores opções

Segundo tipo de tumor mais comum entre os homens no Brasil, o câncer de próstata é uma das principais causas de morte por doença oncológica na população masculina — um a cada 36 homens morre em decorrência da doença. Embora grave, cerca de 90% dos casos são passíveis de cura, desde que a doença seja detectada e tratada precocemente. Uma vez diagnosticado, o médico deverá elaborar um planejamento do tratamento, levando em conta: conduta expectante; cirurgia; radioterapia; criocirurgia; hormonioterapia; quimioterapia; vacinas e terapia-alvo. As terapias podem ser administradas separadamente ou combinadas entre si. 

Escolhido o caminho ideal, o paciente deverá ser acompanhado por uma Newton observa que o paciente deve ser bem orientado em relação à conduta a ser seguidaequipe composta por urologista, oncologista, cirurgião e radioterapeuta. Outros profissionais também podem estar envolvidos no tratamento, como enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos. “É importante orientar o paciente na hora de tomar qualquer decisão em relação ao tratamento. Também é fundamental destacar que o diagnóstico precoce favorece o tratamento, com índice de cura em torno de 95%, atualmente”, reforça o urologista Newton Ragghianti. 

O tratamento desse tipo de câncer depende de vários fatores: resultados da biópsia, que retira normalmente 12 fragmentos, e da análise anatomopatológica (estudo das alterações estruturais de órgãos, tecidos e células), que confirma, efetivamente, que existe um adenocarcinoma (tumor maligno) na próstata. O médico também observa a classificação de Gleason (escala de gravidade baseada na aparência microscópica), assim como quantos fragmentos estão comprometidos e em que extensão.

O especialista faz uma ressalva em relação ao tratamento cirúrgico com grau Gleason até 7. “Considerando a condição física e laboratorial do paciente, essa opção pode causar a perda da potência sexual e, algumas vezes, gerar incontinência urinária. É importante lembrar, ainda, que a radioterapia pode ser indicada para todos os casos”, aponta Newton.

Terapias químicas

“Os avanços tecnológicos na radioterapia permitiram sua adoção no controle inicial desse tipo de câncer”, orienta JuliãoO Instituto Oncológico de Ribeirão Preto (InORP) apoia pacientes portadores de neoplasias em seus vários tratamentos, referenciados pelos seus médicos. Aurélio Julião de Castro Monteiro, oncologista e idealizador do InORP, revela que a radioterapia e a quimioterapia têm sido utilizadas em diferentes momentos do tratamento do câncer de próstata, em uma visão simplista. “A radioterapia pode ser utilizada em substituição à prostatectomia (retirada da próstata e de gânglios da pelve), na abordagem inicial da neoplasia. Também pode ser adotada nos casos em que a doença já migrou para o esqueleto, causando dor. Nesses casos, torna-se um potente agente no controle da dor”, observa Julião.

Já a quimioterapia, segundo o médico, tem uma abordagem conceitual diferente, pois atinge quase todas as áreas do corpo, provocando mais efeitos sistêmicos. Nos casos que já apresentam metástases e seguem em progressão, ela se faz necessária. O oncologista lembra, ainda, que grandes avanços tecnológicos na radioterapia permitiram sua adoção no controle inicial do câncer de próstata localizado. As doses que devem ser utilizadas são elevadas, por isso, a necessidade de grande precisão no uso para evitar danos em outros órgãos. 

A técnica mais utilizada na abordagem primária do câncer de próstata com radioterapia emprega uma intensidade de feixe modulado. Outro método é a colocação de sementes radioativas na próstata (braquiterapia) e, por fim, uma técnica em que a irradiação acompanha a próstata que se movimenta com a respiração do paciente. “Com todas as armas, vemos que a complexidade terapêutica aumentou muito a necessidade de uma ação conjunta por oncologistas, urologistas e radioterapeutas para se obter o controle da doença ou mesmo dos efeitos colaterais adversos que acompanham os tratamentos”, conclui Julião.  

Qualidade de vida

Enfrentando cada etapa de sua doença de forma única, Luiz Antonio Trombeta revela que a busca por qualidade de vida foi um dos fatores que o levaram a enfrentar duas grandes cirurgias. Apesar dos cuidados com a saúde, ficou dois anos sem ir ao urologista. Em 2002, retomou os exames de rotina, quando o PSA (Antígeno Prostático Específico) apresentou uma alteração significativa. Em seguida, uma biópsia confirmou o câncer na próstata em estágio avançado. 

Luiz conta que tomou um grande susto e ficou muito abalado. “A gente nunca pensa que vai acontecer com você e quando ouve o diagnóstico é terrível. Até chorei”, acrescenta. Depois do susto, aos 59 anos, passou por uma prostatectomia, seguida por aproximadamente 12 sessões de radioterapia. Recuperado, voltou a praticar esporte e a fazer as atividades que sempre gostou: caminhar, andar de bicicleta, artes marciais, entre outras atividades. 

Este ano, acompanhado pelo urologista Minoru Morishida, responsável pela cirurgia, e pelo oncologista Fábio Zola teve outro susto, quando um novo câncer atingiu a bexiga. Após a cirurgia, realizada há cerca de três meses, Luiz enfrentou alguns problemas, como sangramentos e infecção urinária, mas confessa que sua reação foi melhor que na primeira vez. “Recebi a notícia de forma tranquila, mais suave e, se tinha que operar, nem pensei duas vezes”, relembra. Prestes a completar 72 anos no dia 25 de novembro, Luiz está retomando sua rotina de vida e as caminhadas.

Azul é o tom

O Hospital Materno-Infantil Sinhá Junqueira está participando da campanha Novembro Azul, que objetiva alertar os homens e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. As recepcionistas estão trabalhando com acessórios alusivos ao tema e a fachada do prédio está iluminada, desde a torre principal até os anexos, na cor azul. 

Fatores a considerar antes da escolha

• Idade do paciente e expectativa de vida
• Quaisquer outras condições de saúde
• Estadiamento da doença
• Importância do tratamento para o paciente
• Probabilidade de cura com cada tipo de tratamento
• Expectativa do paciente em relação aos efeitos colaterais de cada tratamento

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