A versatilidade dos rosés

A versatilidade dos rosés

Nascido na Provence, o vinho rosé é bastante versátil e combina com as altas temperaturas de Ribeirão Preto

O vinho rosé, como o próprio nome indica, tem cor rosada, que pode variar entre o rosa bem claro perolado até o alaranjado, dependendo da uva utilizada e do método adotado na produção. O berço mundial dessa variação é uma das regiões mais charmosas da França, a tradicional Provence, entretanto, o rosé conquistou diferentes partes do mundo, onde, também, é produzido e apreciado. Esse vinho pode ser elaborado através de diferentes processos, em que o enólogo, utilizando tanto uvas brancas quanto tintas, tem controle total sobre a tão apreciada cor da bebida. “Os vinhos rosés são produzidos com uvas tintas em sua maioria. O descarte das cascas deve ser feito no início da maceração a fim de apenas “tingir” o mosto. Cabe ao enólogo controlar qual tipo de rosé busca: se mais rosado ou mais salmão”, explica o sommelier Lucas Virgílio. O profissional acrescenta que algumas regiões da França ainda produzem vinhos rosés com a mistura brancos e tintos, uma prática condenada em quase todo o mundo, mas que constitui uma tradição secular, principalmente, no sul do país. 

Vale ressaltar que todas as uvas tintas podem produzir vinhos rosés, desde a leve Pinot Noir até as mais encorpadas Cabernet Sauvignon e Tannat. O sommelier Marco Antônio Tegano explica que, na produção do vinho rosado — de cor bem clara —, o mosto permanece em contato com a casca da uva por um curto período, que varia entre duas a 24 horas, em temperatura controlada. “É exatamente isso, o curto período de maceração, que dá ao vinho rosé a cor clara e os aromas, que são distintos do vinho tinto”, destaca. 

Os vinhos rosés se caracterizam pela leveza, pelo frescor e pela harmonização com pratos leves, preparados de forma simples. Por essas razões, são excelentes opções para os amantes da bebida durante o verão. São vinhos geralmente consumidos em sua juventude, enquanto a marcante acidez — principalmente naqueles mais secos — encontra-se, ainda, no auge. “Os rosés franceses costumam ser mais secos, minerais e possuem toques florais mais evidentes, além da cor mais salmão. Já os rosés sul-americanos, italianos e californianos possuem coloração mais rósea, aromas mais frutados e paladar um pouco mais adocicado”, esclarece Lucas.



Vale a pena

Chateau Miraval, 2015
o vinho rosé de Brad Pitt e Angelina Jolie é produzido sob a supervisão da família Perrin, os mestres de Chateauneu du Pape. É um rosé no melhor molde provençal. Seco, delicado e com excepcional estrutura, já figurou entre os 100 melhores vinhos da publicação Wine Spectator.

Garzon Pinot Noir Rosé, 2016 produzido no Uruguai pela bodega revelação Garzon. É um rosé surpreendente. Redondo, aromático e feito pela enigmática Pinot Noir, tem notas de cereja vermelha e especiarias, acompanhando bem vários pratos.

Domaine La Chautarde, 2015 proveniente da charmosa região Provence, apresenta aromas deliciosos de frutas como framboesa e cereja. No paladar, tem uma acidez suave e delicada que faz o vinho ser agradável de beber.

Cordillera Andina, 2015 com cor cereja brilhante, no narizesse vinho é fresco e doce com notas de morango e cereja. O rosé chileno é de paladar equilibrado com toque de frutas vermelhas e final fresco e longo.


Raio-x

- É um vinho mais versátil, tem boa acidez e aromas de frutas cítricas ou vermelhas.
- Escolha os vinhos jovens, com até cinco anos a contar da safra estampada no rótulo.
- Os vinhos vendidos em caixinhas podem ser uma boa escolha, pois ficam protegidos da luz.
- Os rosés do Novo Mundo têm cor mais forte e são mais alcóolicos, já os clássicos vêm da Provence, na França. 

“Por serem delicados, refrescantes e terem boa acidez, os rosés, combinam com dias quentes e refeições frias”, sugere Lucas. 



Meu preferido


"Conhecidos também como ‘vinhos de verão’ por terem características do branco com toques dos tintos, os rosés são leves e refrescantes, muito apropriados para o nosso clima de Ribeirão Preto. Viajando por alguns países como França, Itália e Espanha, apreciei vários e acabei me tornando fã. A variedade é grande e harmoniza muito bem com vários pratos, principalmente, massas, frango e frutos do mar, dos quais também sou grande apreciador. Entre os meus preferidos, estão o Cuvée Le Garrus, um blend rosé que revela um nariz de grapefruit, morango e rosas, porém muito expressivo e marcante; e o Santa Augusta Rosé, um vinho com muito bom equilíbrio, cheio de fruta e uma boa acidez, muito gostoso de beber”, Alécio Scandiuzzi, jornalista.


Dicas do especialista

“Vinhos casuais, os rosés são encantadores para alegrar o convívio, independente do menu. São frescos e aromáticos, características que o tornam muito agradável ao paladar em dias não tão frescos. Podem ser usados para harmonizar com um simples aperitivo, tornam-se agradáveis se combinados apenas com uma boa conversa ou desfrutado com amigos à beira da piscina”, Marco Antônio Tegano, sommelier.





Principais regiões produtoras

Conhecido pela grande versatilidade, o vinho rosé é produzido nas mais variadas regiões do mundo, entre elas, destacam-se: 

- A mais tradicional é a região de Provence, na França, berço desse tipo de vinho. Nessa região, são produzidos vinhos luminosos, vivos, refrescantes e de cor espetacular.
- O sul da Côtes du Rhône produz excelentes rosés. A variedade predominante de uva é a Grenache, seguida pela Syrah e Mourvèdre. 
- Países europeus que se destacam na produção do rosé são a Itália e Portugal, este último com produção em todo país, mas com destaque especial para a região do Douro.
- Os rosés da Argentina e do Chile, quando comparados aos europeus, são mais intensos, avermelhados e concentrados.





 

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