Arquivo Público digitalizará acervo

Arquivo Público digitalizará acervo

Processo de digitalização terá início em 2015 e será feito por instituição ligada à Unesp de Franca

Parece que há uma necessidade, mesmo que inconsciente, de a humanidade registrar a sua história para a posteridade. Os ancestrais pré-históricos narravam o seu cotidiano em pinturas rupestres, em seguida vieram os egípcios e depois os gregos.

Contudo, o papel, matéria prima essencial para muito destes registros, é frágil e corre o risco de ter o seu conteúdo danificado e perdido para sempre devido à ação do tempo.

Preocupada com esta realidade, a equipe técnica do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto digitalizará o seu acervo a partir de 2015. Arthur Barros, historiador e chefe do local, conta que o processo será dividido em duas etapas: a primeira levará, em média, dois anos para ser concluída.

A digitalização será realizada pelo Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa Histórica (CEDAPH), instituição criada em 1986, ligada à Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Franca (90 Km de Ribeirão Preto) e dentre as dificuldades do processo, Barros cita o deslocamento do material até o local onde está instalado o Centro de Documentação. “Claro que o acervo será levado em recipientes hermeticamente fechados. Mas, o transporte terá de ser feito por partes”, revela o historiador.

Embora tenha sido criado um cronograma de digitalização, Barros revela que alguns documentos, como jornais, que precisam ser digitalizados com mais urgência, devido à situação em que se encontram. “São jornais da década de 1930 e já estão fragilizados devido ao manuseio”, explica.

Ana Carolina Viotti, historiógrafa e supervisora de projetos no CEDAPH conta que a digitalização é uma maneira de preservar os documentos. “Muitos já não estão liberados para serem manuseados, pois, não suportariam. O que impede o trabalho de muitos pesquisadores que precisariam ter acesso ao conteúdo”, diz Ana Carolina.

Além da digitalização, o CEDAPH também restaura os documentos em situação mais precária. O documento restaurado, conta a historiógrafa, fica como uma cópia de segurança para ser arquivada.

Os documentos serão disponibilizados para pesquisa conforme forem digitalizados. No entanto, ainda não há uma previsão para que seja liberado na internet. Somente pesquisas internas.

Custos

Além de Ana Carolina Viotti, uma equipe será montada para a realização da digitalização do Arquivo Público e Histórico. A historiógrafa estima que aproximadamente 16 alunos do curso de História da Unesp de Franca estarão envolvidos no processo. De quatro a seis, terão bolsas bancadas pelo Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto – como parte da parceria.

Em contrapartida CEDAPH ficará com uma cópia de todo o acervo digitalizado.

“Não divulgamos na internet o conteúdo, mas fica em nosso acervo eletrônico disponível para pesquisadores”, conclui Ana Carolina.

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Bruno Silva
Foto: Arquivo

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