Comissão da Câmara analisa transporte de deficientes

Comissão da Câmara analisa transporte de deficientes

Usuário de van gravou vídeo de quatro minutos para denunciar má qualidade do serviço; 14 vans atendem mais de 350 usuários, mas há fila de espera

Manuel José da Trindade Neto é um cadeirante por consequência. Depois de um acidente de moto, em que foi arremessado por um carro, ele ficou tetraplégico. Aposentado por invalidez, ele depende do transporte público feito por vans ou ônibus, mas diz não ter dado muita sorte com os coletivos e tem utilizado as vans.

Mas não é tarefa simples conseguir o transporte para ir a retornos médicos e a sessões de fisioterapias. Cansado de reclamar ele gravou um vídeo e como ele mesmo diz em um cenário pouco convidativo: sobre uma cama, com fones de ouvido e microfone, já que não consegue fazer muitos movimentos.

No vídeo (veja link abaixo), Manuel faz denúncias do mal atendimento do serviço e conta as dificuldades em conseguir ter acesso ao serviço. Um ano para conseguir vaga, de acordo com o que relata. Deu resultado. E bom, aparentemente.

Ele conta que em sua página no Facebook mais de 3 mil pessoas viram o material. Mas com os compartilhamentos e a disponibilização do vídeo no Youtube ele acredita que mais de 20 mil pessoas tenham tido acesso ao material.

Este foi um dos motivos que levou a Câmara Municipal a criar uma comissão Especial de Estudos com o intuito de avaliar a qualidade do serviço prestado a cadeirantes por vans adaptadas. O requerimento foi feito pelo vereador Maurício Gasparini (PSDB) e aprovado pelos demais vereadores.

Segundo o vereador, os portadores de necessidades especiais reclamam sempre de problemas envolvendo as vans. “Nós recebemos muitas denúncias em meu gabinete e, por isso, vejo a necessidade de averiguar. Quero me aprofundar nesse assunto e tentar solucionar o problema”, disse. Além dele, integram a CEE os vereadores André Luiz da Silva (PCdoB), Gláucia Berenice (PSDB), Rodrigo Simões (PP) e Samuel Zanferdini (PMDB).

Atendimento melhor

Manuel conta que hoje consegue ser bem atendido, depois de o vídeo bombar nas redes sociais. “Mas já tive que gastar dinheiro que não tinha para cumprir compromissos médicos e de fisioterapia. Recentemente a Prefeitura conseguiu mudar meu horário de fisioterapia, para que eu não perdesse”, disse o cadeirante.

Contente depois da regularização do atendimento, Manuel quer que “todos sejam atendidos corretamente”. Ele conta que nos ônibus adaptado também ocorrem muitos problemas, com motoristas que não conseguem manejar o elevador das cadeiras de rodas. “E há motorista que não para quando vê um cadeirante”, conta.

Assistência Social

O trabalho de transporte de portadores de necessidades especiais por vans é de responsabilidade da Prefeitura, por meio das secretarias municipais de Assistência Social e Educação. A fiscalização do serviço é feita pela Transerp.

Segundo a Prefeitura, o que necessitam do transporte precisam se inscrever. “A avaliação das solicitações de inclusão dos usuários no serviço de transporte é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Assistência Social”, informa a Administração Municipal.

Ainda de acordo com informações da Prefeitura, 14 vans fazem o transporte dos cadeirantes e a fila de espera tem cinco futuros usuários do serviço.

Veja o vídeo 

Revide On-line
Fotos: Divulgação e Arquivo Revide

 

Compartilhar: