Recorde de candidatos

Recorde de candidatos

Ribeirão Preto terá oito candidatos a prefeito nas eleições deste ano, o maior número já registrado após 1988, quando a disputa deixou de ter as sublegendas

A disputa pelo cargo de prefeito neste ano está inflada. Em coligações ou chapas puras, os partidos decidiram lançar oito candidatos às eleições de 2 de outubro. Nem todas as convenções foram realizadas, mas tudo aponta para o número recorde, uma vez que as disputas anteriores registraram média de seis candidatos. No último pleito, que reelegeu Dárcy Vera (PSD), por exemplo, foram seis os candidatos: ela própria (PSD), Duarte Nogueira (PSDB) — os dois disputaram o segundo turno —, João Gandini (na época no PT, hoje no PSB), Fernando Chiarelli (PTdoB), Emilson Roveri (então no PSOL, hoje na Rede) e Mauro Ignácio (candidato do PSTU, hoje sem partido).

Pela ordem de convenções, a primeira definição de candidatura veio com o PCdoB, que no dia 22 oficializou a candidatura do sindicalista Wagner Rodrigues para prefeito, em coligação com o PT, que indicou o advogado Fernando Tremura como vice. No dia 24, mais dois candidatos a prefeito foram definidos em convenções. O advogado e radialista Rodrigo Camargo foi indicado pelo PTB em coligação com o PSD da prefeita Dárcy Vera. O vice dele, também do PT, só foi anunciado no sábado seguinte, 30, e será Oscar Luiz de Moura Lacerda, empresário do setor educacional. Ainda no domingo, dia 24, o PSOL oficializou a candidatura do médico José Hermenegildo de Martin a prefeito com o empresário João Braz de vice, em chapa pura, sem coligações.

Depois de praticamente uma semana sem definições de candidaturas, o PSDB fez sua convenção no dia 30, na Câmara Municipal, para anunciar, oficialmente, que o deputado federal Duarte Nogueira (SP) será o representante do partido no pleito, em coligação com o PPS, que indicou o promotor de Justiça, Carlos Cezar Barbosa, como vice. Na terça-feira, dia 2, foi a vez de o PV apresentar uma chapa com o professor Edmur Manfrin, candidato a prefeito e o empresário Edson Bravo de vice, em convenção realizada na sede do partido. Ainda na terça-feira seria anunciada a candidatura de Fernando Chiarelli pelo PTdoB, mas o candidato foi detido no momento da convenção (veja box).

Para a quinta-feira, dia 4, depois do fechamento desta edição, estavam marcadas para ocorrer na Câmara Municipal as convenções do PSB e da Rede Sustentabilidade. Pelo PSB, o candidato a prefeito é o juiz aposentado João Gandini. Ele terá como vice a professora universitária Cleusa Colucci, também do partido, já que não haverá coligação. A Rede Sustentabilidade disputa a eleição deste ano em coligação com o PPL. O candidato a prefeito será o empresário Fábio Zan, da Rede, e Josias Lamas, do PPL será o vice. A última convenção partidária ficou para esta sexta-feira, dia 5. O PDT e o PMDB devem anunciar as candidaturas do vereador Ricardo Silva (PDT) a prefeito a do empresário Guilherme Feitosa a vice-prefeito. 

Chiarelli fora da disputa

O ex-deputado federal Fernando Chiarelli (PTdoB) seria o nono candidato na disputa da sucessão municipal, mas ele está longe de conseguir registrar a candidatura. Condenado pela Justiça Eleitoral a um ano e oito meses de prisão semiaberta, por injúria contra a prefeita Dárcy vera nas eleições de 2012, o candidato foi preso na terça-feira, dia 2, no estacionamento da Câmara Municipal, no momento em que chegava para participar da convenção — já em andamento — que o anunciaria candidato a prefeito. O empresário Anderson Bianchini foi anunciado como candidato a vice-prefeito.

A prisão foi feita por dois agentes da Polícia Federal à paisana, em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo juiz eleitoral Luiz Augusto Freire Teotônio. Em entrevista no momento da detenção, Chiarelli ainda disse que voltará como candidato e mostrará à cidade porque tentam impedir a sua candidatura. Ele terá dificuldade para registrar a candidatura pela Justiça Eleitoral. O advogado Ricardo Guimarães, que representa o ex-deputado em outros processos (não o que o levou à prisão) afirmou que a impugnação de seu registro será fácil, em função da confirmação da condenação à prisão em segundo grau pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Sem falar especificamente sobre o caso, o advogado especializado em direito eleitoral Luiz Eugênio Scarpino disse que a condenação em segundo grau leva ao enquadramento na Lei da Ficha Limpa e o torna inelegível. “Para o registro é necessária apresentação de certidão negativa criminal tanto estadual quanto federal. Uma pessoa condenada não a terá”, diz Luiz Eugênio. Não se descarta a possibilidade de uma liminar permitir a disputa sub judice, sem a garantia de manutenção do registro ao final do processo.

Confira os candidatos na galeria. 

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