Com o pé atrás, começa Agrishow 2016, em Ribeirão Preto

Com o pé atrás, começa Agrishow 2016, em Ribeirão Preto

Mesmo com perspectiva do aumento das vendas, em razão das facilidades de financiamento, política tira sono de produtores

Dúvidas permearam a primeira entrevista concedida pela organização da Agrishow na abertura da feira nesta segunda-feira, 25, em Ribeirão Preto. Tudo em razão da insegurança com o momento político vivido pelo País, mas o otimismo também se fez presente.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) Francisco Maturro, afirmou que para os produtores que pretendem modernizar o maquinário a oportunidade é agora. Isso porque, de acordo com ele, recursos para novos financiamentos já foram avalizados pelo Tesouro Nacional e contam com taxa de juros mais baixas, em torno de 7,5%.



"Temos recursos suficientes para segurar até o fim da safra. Quem quer comprar tem que fazer isso agora. E esperamos isso para que a Agrishow obtenha sucesso", afirma Maturro.

Porém, o presidente de honra da feira, Maurílio Biagi Filho, está reticente com o momento econômico do País, o que segundo ele prejudica muito o agricultor, principalmente aquele que tem intenção de exportar. "Estamos ficando para trás. Só uma mudança de mentalidade pode mudar isso. Nós não sabemos de nada do que vai acontecer, porque está em curso uma tramitação político-jurídica, e estamos muitos atentos para o que vai acontecer", diz, resignado.



Sobre a possível recuperação do setor sucroenergético, um dos principais pilares de sustentação da economia regional, já que a produção do biocombustível bateu recorde na última safra - 28,2 bilhões de litros -, ele se mantém com os pés no chão, já que, para ele, isso é um reflexo dos problemas enfrentados pela Petrobrás.



"O nosso setor foi basicamente destruído, e só agora está começando a dar sinais de recuperação. Mas isso é muito mais um reflexo da produção de etanol e do aumento das exportações. E também não é um fator exclusivo do etanol, o mercado energético do País está mais diversificado. Mas não sei o que vai ocorrer. Vamos passar por dias dificílimos, independente ou não de mudança de governo. A situação irá piorar", prevê.


Fotos: Leonardo Santos

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