Domingo em Ribeirão Preto é marcado por manifestação em apoio à Lava Jato
Domingo em Ribeirão Preto é marcado por manifestação em apoio à Lava Jato

Domingo em Ribeirão Preto é marcado por manifestação em apoio à Lava Jato

Manifestantes também protestaram pelo fim do foro privilegiado e contra  a proposta do sistema de lista fechada

Manifestantes se concentraram na manhã deste domingo, 26, na Praça XV de Novembro, no Centro de Ribeirão Preto, apresentando pauta de reivindicações que pede apoio ao juiz responsável pela Lava Jato em primeira instância, Sérgio Moro, o fim do foro privilegiado e o repúdio à proposta do sistema de lista fechada para eleição de deputados e senadores.

Liderado pelo Grupo Brasil Limpo (GBL), o trajeto da manifestação começou às 11h, na Rua Visconde de Inhaúma, entre as praças Carlos Gomes e XV de Novembro, e foi até o cruzamento das avenidas Nove de Julho e Independência. De acordo com os organizadores entre 6 e 7 mil pessoas participaram do ato.

Para Marcos Spínola, do GBL, o foro privilegiado garante a impunidade da classe política e, por isso, a Lava Jato e a atuação do juiz Sergio Moro precisam de total apoio da sociedade.

"Sérgio Moro terá nosso apoio sempre que for abalada a possibilidade dele aplicar a lei pra todos que cometem crimes. Todo o País quer que a Lava Jato tenha toda a liberdade, legal e democrítica, para apurar quem tem que apurar e o Brasil está indo às ruas pra isso. O que queremos é dar um recado, porque todos aqueles que não tinham foro estão presos, agora entra a Lava Jato exatamente na esfera dos políticos, e eles estão querendo criar uma nova cena. Nós voltaremos a colocar milhões nas ruas se eles fizerem uma Lava Jato diferente pra eles", destaca Spínola.

O representante do GBL também expressou repúdio à proposta que visa a adoção do sistema de votação por lista fechada, quando o eleitor vota em um partido que apresenta uma lista pré-ordenada dos candidatos, não em um nome. Hoje o voto é nominal, entretanto, deputados, senadores e vereadores são eleitos de modo proporcional.

“Não ao voto fechado, porque você acaba colocando, por legenda, pessoas que hoje não conseguiriam ser eleitas pela exposição da corrupção e daquilo que fez como homem público. Portanto, nós somos contra, porque queremos, como aconteceu nas eleições municipais de 2016, uma pessoa que possa fazer a transformação da classe política brasileira”, afirma.

Para o professor José Alves Neto, a Lava Jato é uma das operações mais importantes que aconteceram no Brasil da Nova República (pós 1985), ele também lamenta a polarização do povo. “O Brasil precisa ser mais sério, tudo aqui é conchavo. Então, quando aparece uma Operação desse tipo, deveríamos dar apoio total, uma pena que nossa população está dividida”, conta.

Já a aposentada Cleonice Pereira Nunes lamenta pela falta de comprometimento da grande parcela da população em relação aos assuntos de interesse da nação “O meu sentimento é de pesar, muito pelo fato de você não ver o povo envolvido, falta conscientização da massa. Você não percebe a unidade do povo no sentido de passar a limpo o país. E tudo o que nós queremos é um país melhor para as futuras gerações”, observa.

No final do ato, em cima de um caminhão de som, os organizadores frisaram que o GBL é um movimento apartidário, com o objetivo de “passar o Brasil a limpo”, independente da filiação partidária do político corrupto. “Nós vamos fiscalizar, nós vamos acompanhar para que esses corruptos vão pra cadeia, seja que partido for, inclusive do governo que está aí, nós estamos fiscalizando também, não vamos poupar Temer, nem os ministros que estão lá”, conclui.


Foto: Jeziel Araújo

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