Pesquisadores ‘encontram’ mar na região de Ribeirão Preto
Pesquisadores ‘encontram’ mar na região de Ribeirão Preto

Pesquisadores ‘encontram’ mar na região de Ribeirão Preto

Inventário do Patrimônio Geológico Paulista aponta sítio “único no planeta” de sedimentos de microalgas em Santa Rosa de Viterbo

A região de Ribeirão Preto já foi banhada por um mar, que cairia muito bem no forte calor ao qual estamos acostumados. Só que isso foi há 260 milhões de anos. A descoberta foi realizada pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), que publicou o do inventário do Patrimônio Geológico do Estado de São Paulo. O mar em questão era o mar Irati, presente na superfície terrestre no período Permiano médio, registrado de 250 a 290 milhões de anos atrás.

Um dos principais locais de pesquisa para o levantamento – feito entre 2012 e 2015 - foi encontrado em Santa Rosa de Viterbo, onde foi revelada na extração de uma mina de calcário a existência de estromatólitos gigantes, que nada mais são do que acúmulos de sedimentos do que um dia foram microalgas em águas rasas.

Esses estromatólitos se formam como se fosse uma sobreposição de tapetes, tomando esse formato ao longo de milhões de anos. Geralmente, formações rochosas do tipo são encontradas em diversos cantos do planeta, porém são pequenas comparadas ao que foi encontrado em nossa região.

De acordo com os responsáveis pelo levantamento, liderados pela professora Maria da Glória Motta Garcia, esse campo de estromatólitos gigantes, com até 3 metros de altura, é considerado “único no planeta”. A pesquisa ainda teve assessoria do geólogo do Instituto de Ciências da Terra da Universidade do Minho, em Portugal, José Brilha.

O levantamento envolveu uma equipe de 16 pesquisadores, composta por geocientistas da USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal da São Carlos (UFSCar), Instituto Florestal e Instituto Geológico do Estado de São Paulo e Universidade Federal do Paraná – além de 13 outros profissionais da área de geociências. O objetivo final do trabalho foi classificar os sítios geológicos pelo valor científico e risco de degradação.


Foto: Divulgação

Compartilhar: