Mais de 40% dos ribeirãopretanos não têm orgulho da cidade

Mais de 40% dos ribeirãopretanos não têm orgulho da cidade

Crise econômica e violência são os principais motivos, segundo especialistas

Quase a metade dos moradores de Ribeirão Preto afirmam que não têm orgulho de viver na cidade. Em pesquisa de Qualidade de Vida de 2015, da Associação Comercial e Industrial (Acirp), em parceria com a Fundace, 41% das pessoas questionadas disseram que não têm orgulho de viver na cidade, ano passado eram 14,2%.

O que agrava mais a situação para estes moradores é a violência, apontada por 45,6% como principal problema, enquanto 16% acreditam que seja a corrupção, 10,5% não gostam do clima, e 8% acreditam que a desigualdade é a pior situação.

A pesquisa ainda revela que 21,2% dos ribeirãopretanos consideram a cidade apenas um lugar para se viver, enquanto 19,2% se sentem como parte da comunidade. Das pessoas mais integradas ao município, a maior parte vive no Centro (39,5%), enquanto quem se sente menos integrado, está em maior parte na Zona Oeste (24,8%).

Os entrevistados também foram questionados sobre a qualidade de vida na cidade. Ao todo, 50,6% apontam que é bom de se viver em Ribeirão Preto, o índice mais baixo desde 2009, quando a pesquisa começou a ser realizada. Em 2014 eram 56,7%.

O sociólogo Wlaumir Souza acredita que essa percepção ruim dos moradores de Ribeirão Preto e o pessimismo são gerados pela crise econômica. “A situação econômica específica da prefeitura que compromete a manutenção dos espaços públicos com a qualidade de outrora é vista a olhos nus pela população. Os buracos no asfalto são apenas a parte mais visível desta crise do modelo ‘Califórnia Brasileira’”, explica o sociólogo que também diz que o município vai aos poucos perdendo a influência que gerou esse apelido, o que o equipara com outras cidades do País, que apresentam clara divisão entre “os muito ricos e os demais”.

Já os economistas responsáveis pelo levantamento apontam uma percepção maior da população em relação aos principais gargalos existentes, “o que reflete o cenário de expectativa de crescimento negativo, redução do consumo, inflação elevada, entre outros, o que cria uma expectativa de fechamento de empresas, perdas de vagas de emprego formal e queda do montante de salários pagos na economia”, completam os pesquisadores.

Foto: Arquivo Revide

 

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