5 vezes em que Ribeirão Preto foi o centro das atenções
Sabia que a cidade já abrigou campo de concentração? E a relação do Bob Dylan com o município?
Ribeirão Preto completa 160 anos no próximo domingo, 19. Para dar início às comemorações, o Portal Revide separou cinco fatos que permearam a história do município e do “universo”. Segunda Guerra Mundial, seleção brasileira, Bob Dylan, presidente da república e OVNI’s fazem parte da história do município.
1. Campo de concentração na Segunda Guerra Mundial
Em setembro de 1939, quando estourou a Segunda Guerra Mundial, o navio alemão Windhuk aportou no Porto de Santos com mais de 250 tripulantes. Mesmo com a neutralidade do governo brasileiro quanto à guerra naquele momento, eles foram impedidos de seguir viagem ou retornar à Alemanha, mas mesmo assim tiveram a “estadia” no País custeada pelo governo Nazista até 1942, quando o presidente Getúlio Vargas decidiu declarar guerra a Alemanha. A história é famosa. Instituições alemãs e italianas, membros do Eixo, sofreram perseguição de Vargas. E os alemães em Santos não tiveram vida fácil. Foram encaminhados para campos de concentração, menos cruéis que o Nazismo colocava seus prisioneiros de guerra, além de judeus, ciganos, homossexuais e deficientes físicos. No Brasil, eles foram distribuídos em cinco campos: Bauru, Guaratinguetá, Pirassununga, Pindamonhangaba e Ribeirão Preto.
2. Voto do Presidente Civil
O próximo item da lista não aconteceu em Ribeirão Preto, até porque só poderia ter acontecido em Brasília, mas tem muito a ver com o município, já que foi a ação de um ribeirãopretano. Trata-se do voto de número 344, que elegeu Tancredo Neves o primeiro presidente da república após a ditadura civil-militar, em eleições indiretas, em 1984. O voto foi do deputado João Cunha, que exerceu a função por quatro mandatos, e que até hoje se orgulha de ter dado o voto 344, o que elegeu Tancredo presidente. Ao proferir o voto, ele disse: “Tenho a honra de dizer que o meu voto enterra a ditadura funesta que infelicitou a minha Pátria”.
Em 1988, ele concorreu à prefeitura de Ribeirão Preto, e ficou em segundo lugar, atrás de Welson Gasparini. João obteve quase 30 mil votos na ocasião.
3. “Luzes fortes e brilhantes”
Em 2016 completa-se 20 anos de um dos registros ufológicos mais famosos do Brasil, o E.T. de Varginha, e também é uma data emblemática para um dos maiores acontecimentos ufológicos do Brasil, A Noite Oficial dos OVNI’s, no dia 19 de maio de 1986, registradas em diversos cantos do País. Os principais focos foram Rio de Janeiro, São José dos Campos e Anápolis-GO, mas muitos moradores de Ribeirão Preto disseram que ter visto luzes estranhas no céu aquele dia. Outras experiências ufológicas foram registradas no município em 2008, 2010, 2013 e 2015. “Luzes fortes e muito brilhantes”, sempre estão nos depoimentos das testemunhas.
4. Dylan em RP
Não há fontes oficiais, mas há quem jure que Bob Dylan deu uma fugidinha antes de um show no Brasil, em 2012, para conhecer um dos principais atrativos de Ribeirão Preto. O famoso chopp.
Quem conta o caso é Helio Flanders, vocalista da banda Vanguart, que, em entrevista ao ex-vj Luiz Thunderbird, ficou sabendo por uma produtora do show de Dylan que ele deu uma sumida antes de chegar em São Paulo para a apresentação que ocorreu no dia 21 de abril daquele ano.
Flanders afirma que Dylan teria chegado um dia antes do combinado na Capital. Lá, um dos artistas que tocava com Dylan contou sobre a famosa bebida ribeirãopretana e ambos decidiram provar. Pegaram uma carona e vieram para Ribeirão Preto, dando calafrios na produção do show, que não sabia do paradeiro da lenda.
5. De Ribeirão para a Seleção
Foi de Ribeirão Preto o primeiro jogador de um clube do interior convocado para a seleção brasileira. O feito foi conquistado pelo ponta-direita Zé Mario, que defendia o Botafogo em 1977, quando foi chamado para defender o Brasil contra a Inglaterra, no dia 8 de junho daquele ano, e contra a seleção Paulista, no dia 16 do mesmo mês.
Zé Mario jogou as duas partidas. Contra os ingleses, no Maracanã, o resultado foi 0 a 0, e ele substituiu Gil, meia do Botafogo (carioca), já contra a seleção Paulista, o resultado foi 1 a 1, e ele começou a partida, realizada no Estádio do Morumbi, como titular. Nas duas ocasiões, o conterrâneo de Zé Mario, Emerson Leão, então goleiro do Palmeiras, também esteve em campo.
Mas a vida de Zé Mario, assim como a carreira, foi relâmpago. Ainda em 1977, em outubro, o jogador disputou a última partida com a camisa do Pantera, diante do Remo-PA, em Ribeirão Preto. O Botafogo venceu por 3 a 2, e Zé Mario foi afastado dias depois da partida, quando foi descoberto que ele havia desenvolvido uma leucemia.
Ele faleceu aos 23 anos, em fevereiro de 1978. Em relato dA Gazeta Esportiva, há a informação de que mais de 10 mil pessoas compareceram ao enterro do jogador, no cemitério da Saudade, mesmo em um dia chuvoso. Em reportagem da época, funcionários do cemitério disseram que foi o maior enterro que Ribeirão Preto havia visto.
Fotos: Célio Azevedo/Fotos Públicas
