Pesquisadores da USP participam de descoberta de ancestral dos dinossauros
Pesquisadores da USP participam de descoberta de ancestral dos dinossauros

Pesquisadores da USP participam de descoberta de ancestral dos dinossauros

Espécies viveram no continente americano há 230 milhões de anos; descoberta é considerada importante para se entender a vida e evolução dos dinossauros

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto participaram dos estudos de uma das descobertas mais importantes da paleontologia brasileira sobre a evolução dos dinossauros. Eles concluíram que uma espécie de lagerpetídeos, uma espécie de lagarto, como antepassado dos dinossauros, e que foi descoberta em um sítio paleontológico no Rio Grande do Sul.

Além disso, na mesma escavação, foi descoberta um dinossauro, da linhagem do Plateossauro, o famoso pescoçudo, que vivia na América do Sul e era carnívoro, ao contrário do primo que se alimentava apenas de espécies vegetais. O paleontólogo da USP de Ribeirão Preto, Max Langer, foi um dos responsáveis pela descoberta, junto com profissionais de universidades do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, além da Alemanha e do Reino Unido.

Os esqueletos descobertos foram do dinossauro Burioleste schultzi, e do lagarto Ixalerpeton polesinensis, considerado ancestral de uma das principais espécies que já dominou o planeta há cerca de 230 milhões de anos. Os fósseis foram encontrados no município de São João de Polêsine-RS, considerado um dos principais locais do Brasil para se realizar este tipo de estudo.

Langer explica que a descoberta é importante para se conhecer mais sobre a evolução e a vida destes animais, já que se concluiu que as duas espécies – o dinossauro e seu ancestral – viveram no mesmo espaço de tempo, o que indica que a explosão da diversidade das espécies de dinossauros foi mais lenta do que a academia imaginava até então.

“Com isso nós temos informações mais detalhadas sobre a história da vida. Você vai juntando peças e vai entendendo como foi esta passagem do período triássico para o jurássico, porque antes, no período triássico, os dinossauros já estavam presentes, mas não eram dominantes. Então, entender como foi esta transição, de grupos menos abundantes para grupos dominantes no restante do mesozoico”, explicou Langer.

O nome Ixalerpeton polesinensis foi batizado pelo próprio Langer, e significa “lagartos saltadores dos ossos brancos”, e pesava aproximadamente 150 gramas, e tinha o tamanho de um quero-quero, de acordo com o pesquisador. Já a outra espécie, o Burioleste schultzi, é uma homenagem ao paleontólogo gaúcho Cesar Leandro Schultz, um dos mais renomados do País, e ao município no qual foi encontrado.


Foto: Arquivo USP

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