Denúncias de intolerância religiosa sobem 3.706% em 5 anos

Denúncias de intolerância religiosa sobem 3.706% em 5 anos

Canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebe, em média, 376 denúncias por dia

O número de denúncias de intolerância religiosa no Brasil cresceu 3.706% em cinco anos. Foi o que constatou a Secretaria de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Ainda de acordo com a Secretaria, no ano passado o órgão recebeu 556 denúncias relacionadas ao tema.

Em 2011, quando o serviço começou a registrar denúncias de discriminação por religião, apenas 15 casos foram registrados. Atualmente, o crescimento de acusações tem subido a cada ano. Em relação a 2014, foram contabilizados no ano passado 273% mais casos de violações em intolerância religiosa.

Segundo a diretora da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, Irina Karla Bacci, o aumento não representa o número de casos reais. “Muitas das violações que nós recebemos ocorrem no âmbito da internet, com divulgação de vídeos que associam, por exemplo, religiões de matrizes africanas a culto do diabo”, afirma.

Bacci comenta ainda que as pessoas denunciam por se sentirem ofendias como nos casos de terreiros que foram invadidos e queimados.

Dados

O disque-denúncia, juntamente com a ouvidoria on-line e o clique 100, realizou 324.892 atendimentos em 2015, dos quais 42% se referiram ao registro de denúncias de violações de direitos humanos. Mais de 270 mil atendimentos foram para encaminhar denúncias aos órgãos da rede de proteção integral de direitos humanos e aos sistemas de Justiça.

Intolerância religiosa

A intolerância religiosa é considerada um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. O ato se manifesta em casos de violência física, como socos, apedrejamento, humilhações e isolamento social de pessoas, em negação da identidade religiosa por medo de represálias.

A maioria dos ofendidos são adeptos de religiões de matriz africana ou profissionais que abordam conteúdos dessas religiões em classe.  

Foto: Arquivo Revide 

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