Empresários de Ribeirão Preto não pretendem investir nos próximos meses
Segundo IEE, apenas 15,3% dos empreendedores no município planejam colocar mais dinheiro nas empresas
Só 15,3% dos empresários ribeirãopretanos planejam investir na própria empresa nos próximos seis meses, ante 25,9% da intenção registrada em junho do ano passado, segundo o Índice de Expectativa Empresarial (IEE) de junho de 2015, realizado pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), divulgado nesta sexta-feira, 31. Segundo economistas, incertezas sobre o rumo da política nacional é o principal empecilho.
O IEE apresentou um leve crescimento na melhora das expectativas para a situação economia nos próximos meses, alcançando 37,5%. No levantamento anterior, referente ao mês de março, o índice era de 36,7%. Assim, depois de seis quedas consecutivas do IEE, ele volta a crescer.
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De acordo com o economista Fred Guimarães, responsável pela pesquisa, isso indica que foi alcançado o mais baixo nível no pessimismo dos empresários mediante a realidade apresentada.
“Um leve aumento das perspectivas de melhora. Mas os empresários perderam toda confiança nas políticas econômicas implantadas pelo governo federal. Isso inibe que ele realize investimentos”, afirma o economista.
Foram recolhidas amostras de 300 empresas de Ribeirão Preto, do comércio, setor de serviços e da indústria, de todas as regiões da cidade, de pequeno, médio e grande porte.
Baixo investimento
Dos 15,3% dos empresários que pretendem investir nos próximos seis meses para fugir da crise, o levantamento mostra que a maioria desses recursos aplicados devem vir de grandes empresas (33,3%), já as pequenas são as que menos esperam abrir a carteira, apenas 10,4%.
“O aumento dos impostos e tarifas, como o do pedágio, inibe o investimento, porque o empresário fica em um beco sem saída”, explica Guimarães.
Apesar disso, as demissões não estão na mira dos empreendedores de Ribeirão Preto. Ao todo, 80,3% dos mandatários pretendem pelo menos manter o quadro de funcionários nos próximos meses, ante 13% que acham que precisarão demitir. Na indústria é onde há mais gente que acredita na melhora do mercado de trabalho, com 90% pensando em manter os empregados ou até contratar mais pessoas.
Foto: Arquivo Revide e Marcos Santos/USP