Pessimismo com a economia é o pior da história em Ribeirão Preto

Pessimismo com a economia é o pior da história em Ribeirão Preto

Índice que avalia a intenção de compra dos consumidores chegou a 41 pontos, o menor desde 2009, e menos da metade do registrado há um ano

Os ribeirãopretanos estão pessimistas com a situação econômica do Brasil. Segundo o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), que atingiu 41,1 pontos, em uma escala que vai até 100, esta é a pior classificação da história.

Em agosto do ano passado, o IEC estava em 86,2 pontos, mantendo a média histórica, que vem desde 2009. E foi justamente o oitavo mês do ano que registrou o melhor índice, em 2012, quando a expectativa dos consumidores era de 94,9 pontos.

Os homens (37 pontos), com renda de até dois salários mínimos (30,6 pontos), que estudaram apenas até o ensino fundamental (29,3 pontos), com idade a partir dos 40 anos (35,6 pontos), são os que menos apresentam perspectivas no município. A pesquisa entrevistou 640 pessoas, com idades a partir de 16 anos.

Um dos motivos é a incerteza do mercado de trabalho. Cerca de 80% dos entrevistados acreditam que daqui a seis meses a situação do emprego vai estar pior ou igual a agora. Em agosto de 2014 eram 44%.

Ao todo, 15% entrevistados também disseram que acreditam que estarão em situação financeira pior, nos próximos meses, isso representa o crescimento de dez vezes no pessimismo do que foi dito há um ano.

Para conseguir superar o momento financeiro delicado, 70% dos entrevistados dizem que estão fazendo economia e a principal delas é o corte dos itens considerados supérfluos (52,3%); um quarto dos entrevistados estão pechinchando na hora de realizar compras, e 17% dos consumidores já dizem que estão fazendo rodízio na hora de pagar as contas, como de telefone e luz.

No levantamento por produtos, quase todos os itens questionados pela pesquisa diminuíram a intenção de compra na comparação com o ano passado. Por exemplo, 88% das pessoas não pretendem adquirir produtos da linha branca - 7% a mais do que no oitavo mês de 2014 -, 86,7% não têm intensão de comprar produtos eletrônicos – há um ano eram 78,6% -, 92% dizem que não comprarão carros nos próximos meses, 5% a mais do que o mesmo período do ano passado.

A explicação dos economistas responsáveis pelo IEC para essa freada no consumo são “as dificuldade de acesso ao crédito, o desemprego, a perda de poder de compra e a perspectiva negativa de crescimento da economia” e isso faz com que os consumidores estejam precavidos em relação ao consumo, o que indica que os empresários continuarão tendo dificuldades.

E eles também alertam, pois com a recessão do mercado, os juros são elevados pelos bancos, para que as instituições financeiras não tenham risco de ter prejuízo na concessão de crédito, fazendo com que os recursos saiam ainda mais do mercado, tornando as dívidas maiores, que também podem sofrer com a elevação de impostos.

Revide Online
Leonardo Santos
Fotos: Marcos Santos/Agência USP

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