Demissões superam contratações em Ribeirão Preto
Demissões superam contratações em Ribeirão Preto

Demissões superam contratações em Ribeirão Preto

Pesquisa aponta que município não progrediu em contratações nos últimos oito anos

O saldo entre as admissões e demissões realizadas pelas empresas de Ribeirão Preto, em 2016, apresenta um déficit de 3.650 postos de trabalho. Neste período as empresas admitiram 85.544 trabalhadores e demitiram 89.194. É o que aponta uma análise dos dados disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). O levantamento leva em consideração somente o emprego formal, com carteira assinada.

Com relação ao ano de 2015 o prejuízo foi menor, porém, longe de apresentar algum ganho significativo. Em 2015 as empresas do município admitiram 94.341 e demitiram 100.913 trabalhadores, deixando um saldo de 6.572 postos de trabalho eliminados.

Em comparativo, Ribeirão Preto apresenta os mesmos índices de admissões de 2008. Ou seja, após a economia dar os primeiros sinais de reação em relação à crise, a cidade voltou ao cenário que estava há oito anos.

Em 2008, a cidade contava com pouco mais de 85 mil pessoas admitidas. Contudo, a diferença estava na quantidade de pessoas demitidas. Foram cortados 74,6 mil empregos, um número 16,3% menor do que o de 2016.

"As admissões mexem com as expectativas das pessoas, mesmo com rotatividade. Quando as empresas contratam na casa das 120 mil pessoas, e derruba esse número para a casa das 80 mil, são 40 mil trabalhadores que não serão chamados para entrevista de emprego. Perdem a condição de serem avaliados. Sequer farão um teste de seleção. Em última análise, são pessoas que não passam da portaria da empresa quando procuram emprego”, é o que afirma o professor do curso de administração do Centro Universiário Moura Lacerda, Marcelo Brandão. 

O professor ainda aponta um dado que a análise fria dos números não revela; a autoestima do trabalhador.  "Quando estes trabalhadores não são sequer chamados para a entrevista e o 'talvez' do empregador é substituído  pelo 'não', as expectativas do trabalhador são destruídas. As expectativas do cidadão de sair de casa para procurar um novo emprego diminuem a cada negativa", conclui Brandão.

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Segmentos

O setor mais atingido foi a construção civil, que eliminou 936 postos de trabalho com uma rotatividade de 64,1%.

Em seguida aparece a indústria, que eliminou 795 postos de trabalho, trocando 59,2% dos trabalhadores deste setor.

O comércio vem em seguida perdendo 477 postos de trabalho, com uma rotatividade de 42,45%.

Vale frisar que a rotatividade em 2016 foi alta em todos os segmentos. Foram 40,36% dos empregados formais que trocaram de emprego pelo menos uma vez no ano.

O único setor da economia que há três anos consecutivos vem gerando saldo positivo de empregos é o da saúde. No último ano, o segmento contrariou todos os números negativos e criou 669 novos postos de trabalho, representando 3,44% da sua força de trabalho.


Foto: Pixabay

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