Oportunidades de estágio aquecem o mercado e preparam novos profissionais
Oportunidades de estágio aquecem o mercado e preparam novos profissionais

Oportunidades de estágio aquecem o mercado e preparam novos profissionais

Na contramão da crise, vagas para estudantes crescem

A crise forçou o brasileiro a buscar alternativas para escapar do desemprego. Alguns optaram pela autonomia do empreendedorismo enquanto para os jovens as oportunidades surgem nas vagas de estágios.

De acordo com a Companhia de Estágios, uma assessoria especializada no recrutamento e seleção de estagiários, somente no primeiro semestre de 2016, o número de inscritos nos programas de estágio cresceu 17,6% em comparação com o mesmo período de 2015. Um crescimento significativo na série histórica, pois, comparando o primeiro semestre de 2013 com o do ano seguinte, o número de inscritos subiu apenas 3,8%.

Em uma comparação com os empregos em regime de CLT, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no 3º trimestre do ano passado foi de 11,9%, o que representa 12,1 milhões de brasileiros.

Desses, 25,6% encontram-se na faixa etária entre 14 e 24 anos. A pesquisa aponta ainda que atualmente falta oportunidade para cerca de 23 milhões de trabalhadores. Diante desse cenário, a concorrência para garantir uma vaga formal aumentou consideravelmente.

E com o mercado mais competitivo, o estágio se tornou uma alternativa mais atraente do que as vagas celetistas para este público, uma vez que esses programas são voltados exclusivamente para o aprendizado.

Estagiários

Para Bruno Fernando Martins, estudante do quarto ano do curso de publicidade e propaganda, o estágio foi fundamental na sua contratação como designer gráfico. "Eu fazia estágio em Design Gráfico e Social Media, fiquei cerca de um ano como estagiário, até ser efetivado na mesma agência na qual trabalhei por mais um ano. Pedi demissão e atualmente atuo como Designer Gráfico efetivado também, em outra agência”.

O estudante ainda comenta como o estágio auxiliou na sua formação acadêmica. "Acredito que tenha sido essencial entrar no mercado desde o começo do curso. Eu aprendi infinitamente mais com experiência de trabalho do que com a faculdade”, conclui.

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O mesmo se aplica à estudante de jornalismo Lívia de Oliveira Furlan, que atualmente trabalha na assessoria de imprensa da FEA-USP. Para ela, o fato do salário de um estagiário estar abaixado de um efetivado, no geral, não é um grande problema.

"Trabalhando a carga horária de oito horas, prefiro ganhar o mais próximo possível de um salário formal. Mas se for um estágio de meio período, sendo metade do salário formal, ou um pouco menos, por mim tudo bem", comenta a estudante.

Concorrência

Com a crescente concorrência no mercado de trabalho, a especialização ganhou um peso ainda maior nos processos seletivos.

E embora o estágio configure maiores chances para o jovem, isso não significa que os critérios de seleção sejam mais brandos: como não é necessário possuir experiência, os recrutadores buscam candidatos mais qualificados para preencher essas vagas.

Ou seja, ainda que os programas de estágio tenham sido menos afetados pela crise, seguem a mesma tendência do mercado formal em relação à concorrência. De acordo o diretor da Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, o estudante que desejar se sobressair deve mais do que nunca investir na especialização, através de cursos extracurriculares, de idiomas e trabalhos voluntários. “Essa preocupação deve ser maior agora, pois o jovem que não investir em diferenciais corre o risco de ficar à margem desse mercado. Isso pode atrapalhar tanto a carreira futura, quanto à própria formação acadêmica”, orienta Mavichian.


Foto: Pixabay

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