Elefanta Bambi deixa Ribeirão Preto nesta quinta-feira, 24

Elefanta Bambi deixa Ribeirão Preto nesta quinta-feira, 24

Animal será transferido para o Santuário de Elefantes Brasil, no Mato Grosso

A elefanta Bambi deixará o Bosque Municipal Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, por volta das 17h, desta quinta-feira, 24, com destino ao Santuário de Elefantes Brasil (SEB), na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso.  Desde a última quinta-feira, 17, profissionais do SEB e do Bosque trabalhavam no processo de adaptação do animal à caixa de transporte

A viagem para o SEB será feita em um caminhão adaptado para esse tipo de transporte e deverá durar cerca de 30 horas. Uma equipe com veterinários acompanhará o comboio que ainda terá escolta da Polícia Rodoviária Federal.

O biólogo Daniel Moura, diretor do Santuário, frisa que nenhum tipo de sedativo é utilizado durante o procedimento "É um transporte ético", comentou. Para a equipe do Bosque, fica a saudade do animal "A Bambi vai e a saudade fica. Temos amor por todos os animais, mas ela se tornou um caso emblemático", declarou Alexandre Gouvêa, diretor do Bosque. A segunda elefanta, chamada Maison, continua no zoo.

Aclimatação

O processo de aclimatação de Bambi à caixa transportadora teve início na quinta-feira, 17."Nesse processo de aclimatação, o animal entra e sai da caixa, sente o cheiro dela e o estimulamos de maneira positiva a ficar lá. Mas o processo tem que ser natural, sempre no tempo do elefante, nunca no tempo do humano", explicou Moura.

Para auxiliar, os cuidadores fazem reforços positivos, colocando alimentos na caixa para que Bambi se acostume com o espaço e o cheiro do novo ambiente. A princípio, a elefanta se mostrou acanhada. Ela vai até a caixa e volta, como se a porta estivesse fechada. Ela pega o alimento dentro da caixa para comer do lado de fora", relatou Gouvêa.

Gouvêa esclarece que, pelo histórico de maus tratos sofridos enquanto estava no circo, Bambi tem um comportamento mais amedrontado que sua companheira, a elefanta Maison. "Temos tratado muito bem dela aqui, a equipe do SEB viu que não existem maus tratos no Bosque, mas o histórico dela é esse", concluiu.

Foto: Divulgação Alexandre Gouvêa

Entenda o caso

A polêmica sobre uma possível transferência dos animais ganhou força após a ativista Luiza Mel iniciar uma campanha nas redes sociais. Mel alega que o Bosque Fábio Barreto não possui a estrutura necessária para manter os animais.

Luiza Mel também criou um abaixo-assinado pedindo a transferência das elefantas para o SEB, na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. "É conhecida a inabilidade dos zoológicos em preservar o bem estar dos animais que lá vivem, estes locais são incapazes de reproduzir o habitat desses animais [...]. O Santuário de Elefantes Brasil tem real capacidade para arcar com a transferência e proporcionar uma vida em liberdade com assistência especializada", escreveu.

Porém, as declarações de Mel não agradaram os biólogos e profissionais que trabalham no Bosque. “A saúde delas está estável, passam por exames e acompanhamento médico veterinário regularmente. A alimentação é balanceada e adequada à espécie, com dieta baseada em alfafa, capim, cana de açúcar, ração equina e fruta como enriquecimento alimentar. Elas têm água à disposição 24 horas e os alimentos são oferecidos várias vezes ao dia. Chegam a comer entre 100 e 150 quilos diariamente cada uma”, esclarece o médico veterinário e encarregado do Bosque, César Branco.

Na ocasião, a direção do Fábio Barreto informou também que com os empreendimentos do Estado de São Paulo, o bosque é fiscalizado pela Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais do Estado de São Paulo (CBRN), Departamento de Fauna (DeFau) e nacionalmente pela Associação de Aquários e Zoológicos do Brasil (AZAB), sendo assim, o local recebe orientações e fiscalizações constantes.

Contudo, no dia 17 de agosto, a Justiça autorizou a transferência da elefanta SEB, no Mato Grosso. A decisão não cita a elefanta Maison. A decisão partiu do desembargador Roberto Maia, da 2ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).


Foto: Luan Porto

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