Governo paulista investirá em gás natural para geração de energia
Governo paulista investirá em gás natural para geração de energia

Governo paulista investirá em gás natural para geração de energia

Insumo é considerado fonte de transição para as energias renováveis e deverá ser fomentado nos próximos anos como fonte geradora de energia elétrica

O Conselho Estadual de Política Energética (Cepe) – da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo –, responsável por elaborar o Plano Paulista de Energia (PPE), realizou nesta terça-feira, 22, mais uma reunião para estabelecer diretrizes e estratégias que deverão ser seguidas até 2030.

O novo PPE deve ser apresentado em junho do ano que vem, mas, o principal tema do encontro desta terça-feira foi o gás natural, insumo identificado como energia de base para a transição da matriz para as energias renováveis.

O CEPE projeta para 2029 uma expansão de gás canalizado no Estado de São Paulo e prevê duplicação no número de municípios atendidos, passando dos atuais 143 para 285 – o que compreenderia 44% das cidades paulistas, atendendo 5,2 milhões de clientes.

Esse crescimento demandaria um investimento de R$ 12,8 bilhões por parte das distribuidoras nos próximos anos.

Com esses recursos a atual rede de distribuição passaria dos atuais 16 mil quilômetros para 45 mil nos próximos 13 anos, atingindo o consumo de mais de 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia no Estado.

Esse montante poderá ser utilizado por novas termelétricas movidas a gás – atualmente existem três no Estado e há projeto de mais três, sendo duas na capital e uma em Lins, que poderão fornecer no futuro energia na base do sistema elétrico.

Contraponto

Para Bárbara Rubim, coordenadora da campanha para Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, o fomento à utilização do Gás Natural é o caminho mais fácil para o governo – inclusive no sentido de custo e potencial energético. “Isso mostra que há uma intenção dos governos, tanto federal como estadual, em investir neste setor. Mas, é necessário ter cautela para que esse plano não deixe de ser transitório para se tornar permanente”, diz.

Bárbara destaca ainda que as fontes de energia como a solar e a eólica continuam sendo um contraponto e que o Brasil tem potencial, mas que ainda é pouco explorada no País e no Estado de São Paulo. “No Estado de Minas Gerais, com população menor à do Estado paulista, há 1500 geradores de energia solar e em São Paulo há menos de 900”, analisa.

Economia

Mesmo com o plano para a exploração do Gás Natural, Bárbara destaca que o governo seguirá comprando o insumo. A escolha pela energia solar, contudo, está relacionada aos gastos iniciais, que, neste caso, estariam relacionados à instalação do equipamento para a captação da energia do sol, e o insumo não precisaria ser comprado pelo Estado. “É uma tecnologia que se paga, porque o sol é gratuito”, completa.


Foto: Marcos Santos

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