Movimento propõe descarte de lixo na Prefeitura e Câmara
Empresa de coleta de lixo ameaçou parar os serviços caso prefeitura não pague

Movimento propõe descarte de lixo na Prefeitura e Câmara

Troque Todos sugere cortes de R$ 100 milhões no orçamento de Ribeirão Preto, para que as dívidas do município sejam sanadas

No fim de 2014, moradores de Americana, município da região metropolitana de Campinas, a 197 quilômetros de Ribeirão Preto, revoltados com uma greve de lixeiros na cidade, resolveram pegar parte do lixo que ficava acumulado na porta das casas e deixar em frente à prefeitura para que o poder executivo tomasse uma providência quanto à situação.

Caso parecido pode acontecer em Ribeirão Preto. Isso porque, o Movimento Troque Todos, que defende o fim da reeleição na Câmara Municipal, convocou os moradores para realizarem situação parecida, caso a coleta em Ribeirão Preto seja paralisada, devido a uma dívida da Prefeitura com a empresa responsável pela coleta.

A intenção era que os ribeirãopretanos a depositassem o lixo na porta do Palácio Rio Branco e da Câmara Municipal, porque a Estre Ambiental, empresa que realiza a coleta seletiva no município, notificou a prefeitura de que se não houvesse o acerto de uma dívida de R$ 45 milhões, haveria paralisação.

O poder município afirmou que já realizou parte do pagamento a Estre na última semana, e que o montante restante seguirá a “ordem cronológica” dos vencimentos. A dívida da prefeitura com a empresa se arrasta há pelo menos dois anos. Em dezembro de 2014 a empresa havia notificado que a dívida já batia na casa dos R$ 35 milhões.

O movimento do Troque Todos afirma que a campanha seria apenas simbólica, mas acredita que mesmo assim não faria diferença se o lixo ficasse nas ruas ou na prefeitura, já que a situação seria ruim da mesma forma.

“A forma de protesto de cada cidadão é livre, e caso tenha essa adesão é um protesto válido e pode despertar o interesse da prefeitura em honrar seus compromissos assim como honramos os nossos impostos. É lamentável chegar a esse ponto, mas as autoridades parecem não ter dado conta da gravidade da situação financeira do município”, aponta os membros da organização.

Eles ainda afirmam que fazem sugestões para cortes nos gastos públicos de R$ 100 milhões por ano, como a diminuição na quantidade de funcionários comissionados. “São quase R$ 100 milhões por ano, mas não existe interesse da prefeitura em fazer essa economia, talvez por serem esses cargos possíveis acordos políticos para aprovações de projetos antipopulares”, apontam.


Foto: Arquivo Revide

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