Conselho de ética começa ouvir testemunhas de vereadores investigados
Os depoimentos das pessoas indicadas pelos vereadores afastados começaram nesta quarta, 30; Conselho pode definir cassação dos parlamentares
O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Ribeirão Preto começou ouvir, nesta quarta-feira, 30, as testemunhas dos vereadores afastados da Câmara, em razão de serem investigados na Operação Sevandija. As audiências ocorrem no Fórum e seguem até sexta-feira, 2 de dezembro.
Ao todo, serão ouvidas 60 testemunhas indicadas pelos vereadores. Elas passam pelo conselho, que pode definir a cassação de seus mandatos, por quebra de decoro parlamentar, motivada por suposta venda de apoio político a temas de interesse do governo Dárcy Vera, em troca de indicações de nomes que seriam contratados pela empresa Atmosphera, do empresário Marcelo Plastino, morto na última sexta-feira, 25.
Além disso, o Conselho investiga se os vereadores teriam recebido propina de Plastino, para poder aprovar pautas de interesse da prefeitura, como as contas da prefeita Dárcy Vera (PSD). Investigação da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) mostram encontros dos vereadores com o empresário.
Serão ouvidas nesta quarta-feira as testemunhas de Genivaldo Gomes (PSD), Maurílio Romano (PP), e José Carlos de Oliveira, o Bebé (PSD). Na quinta-feira, 1º de dezembro, é a vez das testemunhas apontadas por Evaldo Mendonça, o Giló (PTB), e de Samuel Zanferdini (PSD), e na sexta-feira, 2, concluem-se as testemunhas de Capela Novas (PPS), Cícero Gomes (PMDB) e Walter Gomes (PTB). Saulo Rodrigues (PRB) não apresentou testumunhas.
O relator do Conselho, o vereador Rodrigo Simões (PDT), disse que o irá fazer o trabalho “da melhor forma possível”. Ele será o responsável por escrever o parecer se irá ou não decidir pela cassação dos vereadores. Se aprovado no Conselho, vai a plenário para votação. A cassação precisa ser aprovada por dois terços – 15 – dos vereadores da Câmara.
Posse na Câmara
Na sessão da última terça-feira, 29, da Câmara Municipal, dois novos suplentes tomaram posse, em razão do afastamento dos vereadores investigados na Sevandija. Foram eles Cleudo José (PSB), no lugar de Giló, e Ariovaldo de Sousa (PTB), no lugar de Walter Gomes.
A sessão foi tumultuada, já que além da posse dos suplentes, estava marcada a votação de um projeto que proíbe rodeios em Ribeirão Preto. A sessão não teve continuidade em razão da confusão entre as pessoas que foram assistir e protestar contra e a favor da lei. Além disso, a sessão contou com a presença de servidores municipais, que foram protestar contra a prefeitura, que anunciou que não iria realizar os pagamentos do 13º salário nesta quarta-feira, 30.
Foto: Arquivo Revide