Pais, estudantes e professores contestam fechamento de escolas

Pais, estudantes e professores contestam fechamento de escolas

Manifestação aconteceu na manhã desta quinta-feira, em frente a diretoria regional de ensino

Estudantes, pais, professores e funcionários de quatro escolas estaduais em Ribeirão Preto realizaram um protesto em frente ao prédio da diretoria de ensino na manhã desta quinta-feira, 1, contra o fechamento desses estabelecimentos, proposta que teria sido apresentada em possível diretriz a ser implantada a partir de 2016, pelo Governo do Estado, para reorganização das escolas.

Entenda:
Mais de 1 milhão de estudantes devem trocar de escola no ano que vem.
As escolas estaduais que podem ser fechadas, de acordo com o Sindicato os Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), são: José Lima Pedreira de Freitas, Jardim Paiva 1, João Augusto de Mello, Geraldo Corrêa de Carvalho.

Cerca de 200 pessoas se manifestaram na Avenida Nove de Julho, bem em frente ao prédio, fazendo com que o trânsito fosse desviado próximo ao local, a partir das 8h30. Alguns pais que estavam descontentes com o possível remanejamento da escola dos filhos, disseram que só ficaram sabendo da medida do governo, por meio de um carro de som convocando a mobilização.

Mais informações sobre a manifestação aqui.
“Fiquei abalada, achei isso um desrespeito. Meus filhos estão aqui na manifestação, e achamos isso uma palhaçada. Onde o governador está com a cabeça? Nós estamos todos aqui hoje para evitar isso daí. Moro a dois quarteirões da escola, e vou ter que deslocar meus filhos não sei para onde, não sei como. Isso pode desanimar eles dos estudos. Não tem como, meus filhos passaram a vida ali”, afirma a dona de casa Simone Matos, que tem dois filhos estudantes na escola Geraldo de Carvalho, no Ipiranga.

A professora de educação artística Lucélia Lélis, que também trabalha no Geraldo de Carvalho, contou que quando os estudantes ficaram sabendo da possibilidade da troca de instituição ficaram muito abalados, e por isso não foi difícil convencê-los a participar da mobilização, contra a reestruturação proposta.

“A nossa escola tem uma estrutura para atender muita gente. Temos projetos fora do currículo escolar, para aula de robótica, dança, música, teatro, reforço na alfabetização. A comunidade abraça isso. Tanto é que você esta vendo um pessoal mais velho aqui na manifestação. Esta proposta vai desorganizar a vida familiar das escolas com o seu bairro”, apontou.

A estudante do sexto ano do ensino fundamental, da escola José Lima Pereira, Francisca Sousa dos Santos, lembrou que a troca de escolas vai afetar na rotina dos estudantes. “Acho uma injustiça, porque teremos que nos deslocar para ir a outra escola. Não temos dinheiro para ficar pagando van. Não temos como pagar escola particular. Meus pais disseram que é uma injustiça com os alunos, porque vamos ter que mudar a nossa rotina”, acredita a garota.

As estudantes Natiele Fernanda e Amanda Duarte, lembram que estão na mesma escola desde os 11 anos de idade, e que portanto ela faz parte da infância delas, e também lembrou sobre as dificuldades de mobilidade que a mudança pode trazer.

“A manifestação é uma coisa boa, porque não está certo isso de querer fechar as escolas. É muito injusto, porque passamos lá a nossa infância até os dias de hoje. Porque essa escola está perto da nossa casa, facilita muito essa proximidade, e estudamos lá desde a quinta série”, apontou as estudantes.

O sindicato dos Professores do Estado de São Paulo em Ribeirão Preto, que convocou a manifestação, aponta que a existem motivos econômicos por trás da reformulação, como também foi detalhado pela dirigente regional de Ensino de Ribeirão Preto, Simone Maria Locca, que disse que estudos serão feitos, para saber qual a finalidade adequada de demanda para cada instituição.

Revide On-line
Leonardo Santos
Fotos: Julio Sian

Compartilhar: