Para economista, empresários têm de olhar para o futuro
Para economista, empresários têm de olhar para o futuro

Para economista, empresários têm de olhar para o futuro

Professor da USP Alberto Borges Matias participou de evento promovido pela Revide nesta sexta-feira, 17

“O ano que vem, 2017, é o fundo do poço, porque vai arrastar tudo que vem acontecendo na economia até agora. Por isso, o empresário tem que olhar para frente”, afirma o economista Alberto Borges Matias, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP).

Para ele, isso é em razão da falta de planejamento apresentado pelo governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), que de acordo com o professor entrou com o objetivo de apenas pagar os juros da dívida brasileira.

Alberto Matias, entre os diretores da Revide, Murilo Pinheiro e Isabel de FariasMatias palestrou para empresários convidados para o lançamento da edição especial da Revista Revide, em comemoração ao aniversário de 160 anos de Ribeirão Preto, na manhã desta sexta-feira, 17, no restaurante do Hotel Mont Blanc Premium.

Para sair desta situação, ele faz um alerta para que os empresários planejem de olho no futuro. “O futuro nós fazemos, e ele é feito pela expectativa. Ao menos, o Temer trouxe expectativa, e a falta de expectativa é o grave problema do empresariado”, disse e a busca de novas formas de financiamento.

“O financiamento é o sangue da economia, se não tiver financiamento as empresas quebram, e vemos o governo diminuindo os aportes do Banco do Brasil, da Caixa, do BNDES, e isso não pode”, aponta.

A hora de investir é agora

Ele afirma que agora é a hora de investir, porque é preciso aproveitar a mão-de-obra barata, em razão do grande número de desempregados e aproveitar as ofertas da construção civil, que também apresenta retração nos preços, como mostra levantamento do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP), que aponta diminuição de 7,5% no preço do metro quadrado em São Paulo, por exemplo.

O proprietário da Imobiliária Fortes Guimarães, João Paulo Fortes Guimarães, concorda com Matias. Para ele, o mercado imobiliário em Ribeirão Preto já mostra sinais de melhora, e por isso quem quer investir precisa de correr atrás dos bons empreendimentos, antes que se esgotem.

“Existe oferta e preço. O bom negócio é procurar o imóvel bom. E os bons imóveis estão sendo vendidos. Temos que chamar a atenção dos investidores para comprar agora, porque o preço está menor, mas uma hora isso acaba”, defende Guimarães.

Um dos exemplos citados por Matias de um negócio voltado para o futuro é a construção do novo Hospital da Unimed, em Ribeirão Preto, que custou mais de R$ 30 milhões. O presidente da Unimed, Álvaro Truite, conta que a opção pelo estabelecimento se deu quando foi constatado que a contratação dos serviços médicos estavam se esgotando, o que poderia se rum problema no futuro.

“Foi preciso aumentar os limites para diminuir e controlar os custos. Um planejamento a longo prazo que será pago com folga”, explico Truite, que afirma estar olhando para os próximos dez anos.


Foto: Ibraim Leão

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