Pint of Science: Interesse por ciência cresceu, diz organizador

Pint of Science: Interesse por ciência cresceu, diz organizador

Analista do Instituto de Estudos Avançados da USP, um dos organizadores do festival, conta que população exige por demanda científica

Maio será o mês para brindar à ciência em Ribeirão Preto e mais seis cidades em quatro Estados brasileiros, pois, nos dias 23, 24 e 25 maio será realizada o Pint of Science. Um festival de divulgação científica que levará pesquisadores para um bate-papo com o público em bares da cidade.

O festival será realizado ainda em mais 100 cidades de 12 países diferentes. Para a equipe que organiza o evento em Ribeirão Preto – formada por pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da USP Ribeirão Preto (IEA-RP), Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias (CRID) e Centro de Terapia Celular (CTC) – a importância do festival está ligada à difusão de pesquisas realizadas nas cidades que sediarão o “happy hour” científico.

“Sentimos que em Ribeirão Preto tem uma demanda muito grande, os eventos realizados pelo IEA sempre têm lista de espera e transmissão on-line com centenas de pessoas assistindo. Então, sabemos que a sociedade exige esta demanda”, explica João Henrique Rafael Jr., analista de comunicação e coordenador do festival em Ribeirão Preto.

O pesquisador conta que o Pint of Science inovou de duas maneiras. A primeira no âmbito físico e espacial. Pois, segundo ele, o festival tira o pesquisador da universidade para conversar com o público em geral. “A segunda inovação é no campo da linguagem. Não é só o cientista sair da universidade para dar uma palestra científica, mas, tornar a palestra mais atrativa. Nota-se pelos temas, com títulos mais provocativos e mais interessantes”, completa.

Veja a programação completa: Pesquisadores debaterão ciência em bares de Ribeirão Preto

Pesquisa

Ribeirão Preto conta hoje com mais de 300 projetos de pesquisas científicas em andamento desenvolvidos por especialistas ligados a universidades e instituições de pesquisas da cidade.

O número de estudos consta na biblioteca virtual do Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), instituição pública de fomento e difusão à pesquisa acadêmica e que apoia o festival.

As 333 pesquisas são, em sua maioria, voltadas à área da saúde e muitas sob a administração dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), ligadas à Fapesp. “No centro que eu trabalho – o Centro de Terapia Celular (CTC) – realizamos pesquisas na área de terapia celular que poucas vezes chegam ao conhecimento do público”, conta Eduardo Vidal, um dos coordenadores do evento. "Não é bem uma dificuldade, mas, pode ser que exista uma ideia de que há uma barreira entre o que é produzido e o que chega para o público e isso é de maneira geral", completa Vidal.

Juan Azevedo, pesquisador do Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias (CRID), explica que uma das propostas dos  centros, além das pesquisas de ponta, é a difusão científica. “O Eduardo já faz isso voltado para o CEPID dele, eu faço isso voltado para o nosso, o João já trabalha muito com isso por conta da própria ideia do Instituto de Estudo Avançados e o que fizemos, como Pint of Science, foi juntar forças para fazer um projeto um pouco maior que as atividades isoladas que acabamos executando cada um no seu Centro de Pesquisa”, reforça Azevedo.

Investimento em ciência

Entre 2011 e 2015 foram desembolsados pela FAPESP R$ 394,9 milhões a 4443 projetos contratados (bolsas e auxílios)  em todas as áreas: ciências sociais, agrárias, biológicas, humanas, da saúde, engenharias, exatas e da terra – principalmente nas unidades da Universidade de São Paulo.  

Desde o início de 1992, a FAPESP contratou 4601 auxílios (para desenvolvimento de projetos de pesquisa) e 8659 bolsas, da iniciação científica ao pós-doutorado) com pesquisadores ligados a instituições de ensino e pesquisa em Ribeirão Preto.

Foto: Bruno Silva

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