Debate de candidatos a prefeito de Ribeirão Preto tem ataques para todos

Debate de candidatos a prefeito de Ribeirão Preto tem ataques para todos

Não sobrou um só dos debatedores sem receber críticas de adversários; também nenhum deixou de criticar os concorrentes

Um festival de críticas. Uns mais, outros menos, os cinco candidatos a prefeito de Ribeirão Preto dispararam críticas a um ou mais adversários no debate da noite desta terça-feira, 27, transmitido pelo SBT e promovido em parceria com a subsecção de Ribeirão Preto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em função dos ataques, foram feitos vários pedidos de resposta. Participaram do programa os cinco candidatos de partidos representados por mais de nove deputados federais, como prevê a legislação.

O candidato que mais sofreu ataques foi o vereador Ricardo Silva (PDT), pelo aparecimento de iniciais que seriam as de seu nome em notas de R$ 2, apreendidas na casa do empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera, que está preso acusado de atuar em um esquema de fraude e corrupção que destinava propinas a políticos.

Ele foi bastante criticado por João Gandini (PSB). O juiz aposentado afirmou que Ricardo diz estar sendo vítima de ataques por estar em primeiro lugar nas pesquisas, mas que não é bem isso porque até o instituto que aponta o pedetista em primeiro lugar teria recebido dinheiro do esquema integrado por Plastino.

Em certo momento do programa, o juiz aposentado chamou o vereador de "Pinóquio Silva", em uma troca de perguntas com Rodrigo Camargo, o que foi motivo para um pedido de direito de resposta. Ricardo respondeu e criticou João Gandini (PSB) ao afirmar que ele foi candidato pelo PT em 2012, quando o partido já era investigado por corrupção. Além disso, o pedetista disse que lamenta a atitude de Gandini de atacá-lo, e apontou que isso o motivo pelas poucas chances do adversário vencer as eleições.

Para tentar amenizar o clima, ele tentava questionar com Wagner Rodrigues (PC do B) sobre propostas de campanha, principalmente sobre saúde, o qual Ricardo aponta ser um dos principais focos da campanha do comunista. Ambos os candidatos concordaram que a soluação para este problema viria da "seriedade na gestão pública dos recursos", para que se possa fazer o "arroz com feijão", como definiu o sindicalista. 

Duarte Nogueira (PSDB) foi citado pelo pedetista por ter seu nome apontado em depoimento na investigação da Alba Branca, que investiga pagamento de propinas na venda de merenda escolar, por uma cooperativa de agricultura familiar, e por estar em uma lista de supostas doações da Odebrecht. Os investimentos em esportes também foi motivo de discordia entre os candidatos.

Quando Nogueira disse que é preciso investir nos equipamentos esportivos do município para que a cidade possa voltar a ter representatividade em grandes competições, Ricardo afirmou que o adversário não "pensa nas pessoas", e que "é muito ausente em Ribeirão Preto". O deputado federal respondeu, e afirmou que as propostas têm que ser tratadas com uma "boa dose de seriedade".

O tucano voltou a dizer que não é investigado e que há apenas ilações sobre seu nome e participação em esquemas. O deputado federal também foi criticado pelos outros adversários, principalmente por Wagner Rodrigues (PCdoB), que acusou o governo do PSDB de fechar a creche do Hospital das Clínicas. O comunista ainda disse que o deputado federal votou a favor de reformas que tiram conquistas dos trabalhadores.

Duarte Nogueira disse que o governo transferiu alunos entidades conveniadas e desafiou o adversário a encontrar voto seu nas condições em que citou. E acusou Wagner de querer trazer para Ribeirão Preto partidos “eivados” de corrupção. "Defendemos a MP (Medida Provisória) da educação para que o aluno fique mais tempo na escola para que eles possam aprender a aprender", disse. Wagner respondeu, e afirmou que caso seja eleito "não irá ouvir sugestões do Alexandre Frota" para a educação, mas sim, ouvir os professores, os pais de alunos e a sociedade civil organizada, garantiu.

Rodrigo Camargo (PTB) também foi acusado por Ricardo Silva (que aliás criticou também Nogueira e Gandini) de estar junto com a prefeita Dárcy Vera (PSD), já que seu partido é coligado com o PSD, segundo registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O petebista respondeu que quem está coligado com o PMDB é Ricardo Silva.

De resto sobrou até a afirmação de que a campanha de Ricardo está esfarelando porque os votos dele estão em Tremembé, citando nominalmente Marcelo Plastino e o advogado Sandro Rovani, que estão presos naquela cidade.

Propostas

Algumas propostas de governo chegaram a ser divulgadas durante o debete, apesar das agressões entre todos. Algumas foram ridicularizadas por adversários e recolocadas. Ente elas a “contratação de 60 telefonistas” pelo governo de Ricardo Silva, quando ele garante ser uma central de atendimento para marcar consultas.

Temas como saúde e educação foram os mais falados, muito embora a situação financeira critica da prefeitura tem sido explorada pelos concorrentes, assim como as ruas esburacadas e até a falta de incentivo ao esporte e à cultura.


Foto: reprodução Facebook

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