Em Ribeirão Preto, Temer minimiza delações da Lava Jato
Presidente da República foi alvo de manifestação; enquanto alguns manifestantes ficaram no portão, outros entraram no Centro de Cana
Em visita a Ribeirão Preto para anunciar os créditos de R$ 12 bilhões de Pré-Custeio da Safra, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), falou das medidas que o Governo Federal tem tomado para contornar a outra crise pela qual o País está passando, a crise dos presídios, além disso, ele também minimizou as delações prometidas para as investigações da Operação Lava Jato.
Sobre a investigação que leva incerteza para os políticos, já que de acordo com o Ministério Público Federal existe uma fila de 20 investigados com a intenção de fazer delação, após o empresário Marcelo Odebrecht, Temer diz não se preocupar com assunto caso respingue em alguns membros de seu governo.
O presidente da república afirmou que a permanência ou não de algum político ocupando alguma pasta vai depender do teor das delações e do caminho que a denúncia vai percorrer até chegar ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelo processo.
“Depende do teor das delações, em primeiro lugar. Delação também significa que uma pessoa está falando de outra, e você esta falando de uma investigação. Vai depender das investigações que estão sendo feitas. Vai depender da área administrativa, depois da área judicial e da denúncia recebida ou não pelo poder judiciário. Então tem um longo caminho pela frente, vamos esperar as delações”, afirmou Temer.
O presidente também falou dos esforços do Governo Federal para lidar com a crise nos presídios, como o destacamento das Forças Armadas para inspeções nas cadeias e os investimentos realizados, como a proposta para a construção de 30 penitenciárias no País, abrindo 30 mil vagas para detentos.
“Acho que a união federal está fazendo tudo que lhe cabe. No tocante à detecção dos celulares, investimos mais de R$ 150 milhões, como destinamos R$ 80 milhões nos scanners, e outros tantos valores exatamente para proteger os presídios. Mas tudo isso depende de uma junção de esforços dos estados federados. O governador Geraldo Alckmin toma todas as cautelas em relação a isso e colabora enormemente com essa atividade. Vai depender muito dessa conexão e de vários fatores”, afirmou Temer, que disse que essa é uma questão de longo prazo.
“Evidentemente, também depende da atividade de igual maneira da atividade judiciária e da defensoria pública, que vai apanhar os presos e verificar se está cumprindo pena, quem é preso provisório, quem ainda demanda uma decisão judicial, que devem ser agilizadas. É importante a junção de todos esses setores pare resolver em definitivo essa situação”, destacou o presidente.
Protesto anti-Temer
Grupos de manifestantes foram protestar contra Michel Temer, alguns deles chegaram a entrar dentro do Centro da Cana, local em que houve o evento de divulgação do crédito de Pré-Custeio da Safra. Porém, após conversa com alguns seguranças, não houve nenhum incidente. Outro grupo ficou na porta do local, mas foram barrados pelo esquema de segurança.
“Nunca vi um esquema de segurança deste tamanho. Tem mais policial do que pessoa assistindo o evento. Nós fomos parados só porque estamos com a camiseta do Psol, nos perguntaram o que estamos fazendo aqui, enquanto os políticos, os ‘baba-ovo’ do poder está entrando tudo direto. Que tipo de democracia é essa que você sequer pode se manifestar?”, disse o bancário Estevan Campos, que foi barrado na entrada do local.
Foto: Larissa Batistetti
