Ribeirão está entre as cidades de SP que mais aprovam projetos em empreendedorismo de alto impacto
Pesquisador atribui sucesso ao ecossistema inovador que conecta faculdades e empresas convertendo conhecimento em tecnologia

Ribeirão está entre as cidades de SP que mais aprovam projetos em empreendedorismo de alto impacto

Município é referência na captação de recursos na modalidade Pipe da Fapesp

Mais de que um celeiro de boas ideias, Ribeirão Preto tem se destacado como um território inovativo no Estado de São Paulo. Isso porque a cidade, historicamente, está no ranking das empresas que mais receberam verbas do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nos últimos 20 anos, a cidade teve mais de 100 projetos contemplados pelo programa, gerando novas tecnologias e oportunidades em diferentes áreas como saúde, biotecnologia, agronegócio e tecnologia da informação.

Do total de auxílios Pipe aprovados em 2018, cerca de 240 projetos cadastrados na Biblioteca Virtual da Fapesp, aproximadamente 5% é da cidade de Ribeirão. Além disso, no ranking das 30 empresas que mais aprovaram PIPE, cinco são da cidade.

“A Fapesp é uma das principais agências de fomento à pesquisa e tecnologia no Estado de São Paulo, investindo em pesquisa básica e aplicada. O Pipe, especificamente, é destinado para micro, pequenas e médias empresas”, explica Diego Siqueira, pesquisador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Supera Parque de Inovação e Tecnologia.
 

O pesquisador explica que os objetivos do programa são promover a inovação tecnológica e o desenvolvimento empresarial e, para isso, acontece em três fases: Pipe 1, Pipe 2 e Pipe 3. “Na primeira fase, por exemplo, não é necessário ter uma empresa constituída para submeter o projeto, mas precisa provar que a sua ideia é passível de ser construída no mundo real. Nessa etapa, é possível financiamento de até R$ 200 mil à fundo perdido. Com a aprovação do projeto a empresa precisa ser formalizada”, enfatiza.

Já no Pipe 2, é preciso constituir uma empresa e provar que o seu negócio pode ganhar escala. “Nesta etapa, a empresa precisa ter um modelo de negócios e pode receber investimentos de até R$ 1 milhão. Na fase 3, espera-se que a empresa realize o desenvolvimento comercial do seu produto ou serviço, com base nos ganhos e avanços das fases anteriores”, conta.

O pesquisador ressalta que existe, ainda, o Pipe-Empreendedor - Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, cujo objetivo é capacitar jovens talentos como graduandos, pós-doutorandos, além de pós-doutores, professores, pesquisadores e empresários para iniciar sua jornada no Pipe. 

Caso de sucesso

Uma das empresas de Ribeirão Preto beneficiada pelo Programa é a Phelcom Technologies, startup incubada na Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, que criou um aparelho portátil ligado a um celular que faz imagens da retina e permite detectar retinopatias. Além de ser mais barato que os aparelhos comumente utilizados em clínicas de oftalmologia, a inovação permite que os exames sejam feitos de qualquer localidade, utilizando diagnóstico por telemedicina.

Primeira vez que recebeu incentivos do Programa foi em 2016, para o desenvolvimento e validação do protótipo. Atualmente, a empresa produz 30 unidades do aparelho por mês, com previsão que o número chegue a 100 unidades/mês até o fim do ano.

Além disso, no histórico das 15 empresas que mais receberam incentivos do Programa no período de 1998 a 2019 em todo o Estado, três são da cidade, sendo elas: Verdatis Desenvolvimento Biotecnológico, Apis Flora Industrial e Comercial e MRA Indústria de Equipamentos Eletrônicos todas com sete projetos aprovados junto à Fundação.

Maturidade

Para Diego Siqueira, os números apresentados pela Fapesp mostram a maturidade do ecossistema inovativo e empreendedor de Ribeirão Preto. “A aprovação de um projeto para o programa PIPE da Fapesp passa pelo ecossistema que temos na cidade. Aqui temos mais de 50 programas de pós-graduação, a Agência USP de Inovação e o Supera Parque de Inovação e Tecnologia”, diz. “Esses atores trabalham de forma conjunta para que o ecossistema seja cada vez mais sólido, criando o conceito de território inovativo, que pode ser espelhado em alguns números como os apresentados pela Fundação”, finaliza.


Foto: Pixabay

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