Fachada do Theatro Pedro II ganhará cor roxa para campanha contra hanseníase
Fachada do Theatro Pedro II ganhará cor roxa para campanha contra hanseníase

Fachada do Theatro Pedro II ganhará cor roxa para campanha contra hanseníase

Janeiro Roxo foi oficializado pelo Ministério da Saúde como o mês de combate à doença

A fachada do Theatro Pedro II em Ribeirão Preto ganhará uma iluminação roxa na quarta-feira, 25, para chamar a atenção para o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase e a campanha Janeiro Roxo, do Ministério da Saúde. 

O Brasil ocupa a 2ª posição no ranking mundial da doença, que já está extinta em muitos países, ficando atrás somente dá India. 

“Aderimos à campanha por ser uma causa importante para todo o país e porque o Pedro II, como terceiro maior teatro de ópera do Brasil, é um cartão postal da cidade que pode e deve contribuir com causas como esta”, diz Mariana Jábali, presidente da Fundação Dom Pedro II, que administra o teatro.

Em Ribeirão Preto, serão distribuídas cartilhas educativas, editadas pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), na semana de 23 a 29 de janeiro, para pacientes e acompanhantes no Hospital das Clinicas – campus, que recebe cerca de 3.000 pacientes por dia de várias regiões brasileiras.

Segundo o presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, a doença é subnotificada no Brasil e o número de casos pode ser pelo menos 3 vezes maior do que os dados oficiais. A entidade ministra cursos de atualização em todo o Brasil para médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, dentistas etc. e promove busca ativa de casos. “As ações de busca ativa multiplicam o número de casos confirmados, o que comprova nossa suspeita”, explica o médico.

A OMS recomenda a taxa de prevalência para hanseníase de até 1 caso para 10 mil habitantes para considerar a doença controlada. Em 2014, o coeficiente nacional foi de 1,27 casos para 10 mil habitantes. Mas, em 2015, caiu para 1,01, preocupando a entidade. A SBH alerta que esse “quase controle” da prevalência foi alcançado apenas por um manejo operacional, seguindo a orientação da OMS. “A exclusão dos 3 mil doentes em abandono aumenta nossa preocupação quanto às possibilidades de resistência bacteriana e também aumento dos casos de reações imunológicas graves nos nervos com consequentes incapacidades”, diz Marco Andrey.

Segundo o médico, o mesmo critério pode ter sido usado, por exemplo, em Ribeirão Preto que apresentou prevalência de 1,67 em 2014 e queda para 0,9 em 2015.  “Nenhuma doença crônica como hanseníase, que leva de 5 a 10 anos para se manifestar, tem sua prevalência caindo mais de 10% ao ano”, explica.

Cartilhas

As cartilhas serão distribuídas nos horários de maior circulação de público no HC – das 7h às 8h e das 12h às 13h nos seguintes locais:

2ª feira dia 23/1 – portaria principal

3ª feira dia 24/1 – Centro de Reabilitação

4ª feira dia 25/1 – portaria do Ambulatório

5ª feira dia 26/1 – HC Criança

6ª feira dia 27/1 – portaria do Ambulatório

A doença 

A hanseníase é transmitida por uma bactéria e tem cura. O tratamento é gratuito em todo o Brasil e dura de 6 meses a 1 anos. A doença se manifesta com manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele com perda ou diminuição de sensibilidade ou força para segurar objetos, por exemplo. É a doença infecciosa que mais cega. O tratamento cura totalmente, mas não reverte as sequelas.

Cor Roxa 

Os laços de fita com cores simbólicas são usados em campanhas educativas de saúde há muitos anos. A ideia começou com a AIDS, que usa o laço vermelho, na década de 1990. Em 2016, o Ministério da Saúde consolidou a cor roxa para a campanha de hanseníase.


Foto: Pixabay

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