Pesquisa da USP, em Ribeirão Preto, busca regenerar lesões causadas por queimaduras
Pesquisa da USP, em Ribeirão Preto busca regenerar lesões causadas por queimaduras

Pesquisa da USP, em Ribeirão Preto, busca regenerar lesões causadas por queimaduras

Estudo foi feito pelo Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina e pode ajudar na escolha da melhor forma terapêutica de reconstrução da pele

O tratamento para recuperar danos causados por queimaduras graves é mais eficiente quando se usa as chamadas "matrizes dérmicas" nos enxertos. Esse é um resultado preliminar de pesquisa do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, mas pode ajudar na escolha da melhor forma terapêutica de reconstrução de pele em vítimas de queimaduras.

Matrizes dérmicas são substitutas para a camada mais profunda da pele, a derme. "É uma espécie de tecido (pele artificial) feito basicamente de colágeno animal, em geral bovino e porcino. Também é acelular (não contém estrutura celular), o que não causa sua rejeição. O substituto da derme preenche então o tecido original perdido em graves acidentes como as queimaduras", diz o professor Jayme Adriano Farina Junior, que lidera a equipe de Ribeirão Preto, responsável pelo trabalho.

Segundo o pesquisador, os esforços dos cirurgiões se justificam pelo crescente número de vítimas de acidentes por queimadura salvos pelos avanços da medicina. O especialista adianta que a sobrevivência dessas pessoas vem acompanhada de aumento proporcional no "número de pacientes que apresentam algum tipo de sequela; cicatrizes patológicas, com limitações funcionais ou estéticas".


Pesquisa

Com alvo na qualidade da pele, a equipe do professor acompanhou o restabelecimento de diferentes pacientes e verificou que as áreas tratadas com as matrizes dérmicas apresentam melhores aspectos clínicos e biomecânicos.

Outras vantagens são elencadas, como reconstituição mais espessa da pele enxertada, o que "confere maior qualidade na recuperação do tecido e, ainda, diminui a lesão na área doadora de pele, pois os enxertos retirados podem ser mais finos".

As matrizes estudadas pelos cirurgiões da FMRP são todas importadas e com altos custos para aquisição. Este é um aspecto que prende o interesse desses profissionais em avaliar a importância dos procedimentos que os utilizam.

O estudo com os pacientes atendidos pela Unidade de Queimados da Divisão de Cirurgia Plástica-FMRP-USP foi reconhecido com o "Prêmio Projeto Cris" durante o décimo Congresso Brasileiro de Queimaduras, realizado em Salvador, Bahia, em novembro do ano passado.


Foto: Divulgação

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