Pesquisador de RP auxilia descoberta na relação entre estresse e cabelos brancos

Pesquisador de RP auxilia descoberta na relação entre estresse e cabelos brancos

Até então, nenhuma pesquisa havia comprovado os efeitos do estresse nos cabelos

O bioquímico Thiago Mattar Cunha, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP-USP) participou de um estudo na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que descobriu a relação entre o branqueamento dos cabelos em indivíduos com expostos ao estresse.

“Existiam apenas relatos médicos e de pacientes. Ainda não havia uma comprovação cientifica das causas”, explica Cunha. A pesquisa foi publicada na quarta-feira, 22, na Nature, uma das principais revistas científicas do mundo.

Cunha realizava estudos no Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID). Ao realizar testes em camundongos, percebeu que animais que foram expostos a uma substância que causa uma dor forte, mas momentânea, desenvolveram pelos brancos nas semanas seguintes.

Os cientistas investigaram se o branqueamento não era causado pela substância ou por outros elementos externos, mas a dor era a única relação com os pelos brancos.

Durante as pesquisas, Cunha tinha uma viagem marcada para Harvard, para tratar de outros assuntos. Ao chegar na universidade estadunidense, compartilhou suas experiências com pesquisadores locais, que afirmaram terem encontrado os mesmos resultados.

Com isso, o bioquímico de Ribeirão Preto foi convidado a integrar a equipe da pesquisadora Ya Chieh Hsu, da Harvard Medical School. Lá, descobriram que, além da dor, os animais produziam uma quantidade excessiva de noradrenalina.

Uma das principais fontes da noradrenalina é o sistema nervoso simpático, que sensível em relação aos níveis elevados e estresse, impulsionando reações de luta e fuga.

“Demonstramos que a noradrenalina acelera o envelhecimento das células-tronco que estão nos folículos pilosos”, explica Cunha. Com isso, as células ficam sem o “estoque de pigmentação”, deixando os fios brancos antes da hora.

A cor do cabelo é determinada por células chamadas melanócitos, que produzem diferentes combinações de pigmentos de melanina que absorvem a luz. Os melanócitos derivam das células-tronco, presentes nos folículos.


Foto: Pixabay - Imagem ilustrativa

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