"Sempre inventam uma obra maior”, diz presidente da Tead

"Sempre inventam uma obra maior”, diz presidente da Tead

Carlos Ernesto Campos lamenta a falta de diálogo com os representantes da cidade para internacionalização do Leite Lopes

Não há solução, pelo menos não se conhece alguma. Essa é a opinião do presidente da Tead Brasil, empresa responsável pela administração e construção do terminal de cargas do Leite Lopes, em Ribeirão Preto, Carlos Ernesto de Campos, sobre a internacionalização do Aeroporto. Ele conta que ‘o governo’, tanto municipal, quanto estadual e federal, não apresenta alternativas para fazer o terminal funcionar.

Campos diz que Ribeirão Preto está perdendo “uma grande oportunidade” com a demora de resoluções sobre o caso. “Ribeirão Preto tem uma característica que é que quando se resolve uma questão, se cria um problema maior. A questão da ampliação da pista podia ser resolvida com um investimento mínimo, mas sempre aparece alguém que inventa uma obra maior”, observa o empresário.

Ele até pede uma solução, já que se for depender dos políticos, nada se resolverá tão rapidamente. “Até onde eu pude acompanhar, os assuntos envolvendo os processos estavam sendo resolvidos pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo). A nossa parte cumprimos perfeitamente. Agora esperamos que o outro lado cumpra as promessas que fizeram. Não para nós da Tead, mas para os moradores de Ribeirão Preto”, cobra o presidente.

“O governador [Geraldo] Alckmin (PSDB) está direto aí, o secretário [de Transportes, Duarte Nogueira] é daí. Eu não vou ficar no meio da pista gritando pedindo solução”, reclamou Campos, que se diz atônito, por ter pouco diálogo com os políticos interessados no projeto.

Ele também questiona a “obsessão” pela ampliação do terminal de passageiros, já que desde 2011 mantém a quantidade de passageiros, pois naquele ano haviam passado pelo Leite Lopes 1.114.415, número um pouco maior do registrado em 2015, quando passaram 1.109.809 pessoas pelo local.

“Ribeirão Preto não tem necessidade de ter um aeroporto para 5 milhões de passageiros neste momento. É tudo promessa. Agora estamos esperando um ‘iluminado do céu’ para resolver isso. Esta situação está hilária. Nos sentimos impotentes, no fim das contas quem paga o pato é o empresário, como diz a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Mas nem fico mais nervoso com isso”, diz resignado o representante da Tead.

Entenda o caso do Aeroporto

No último mês de janeiro a Secretaria de Aviação Civil acatou recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que não sejam feitos repasses de verbas federais para ampliação do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, até que todas as ações civis movidas pelos moradores do aeroporto sejam resolvidas.

O autor da recomendação, o Procurador da República em Ribeirão Preto, André Menezes, acredita que apenas acordos nas ações que correm na Justiça podem solucionar com rapidez a ampliação ou não do aeroporto.


Foto: Carlos Natal/ CCS

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