Startup cria aplicativo que possibilita monitorar pacientes com câncer
Plataforma busca evitar hospitalizações desnecessárias e redução de custos do tratamento da doença
A startup WeCancer criou um aplicativo que busca evitar hospitalizações desnecessárias e reduzir custos de tratamento do câncer. O aplicativo, originalmente lançado em 2017, recebeu novas funções que aprimora o mapeamento da doença e o auxílio aos pacientes. A atualização foi possível graças à aprovação pelo programa Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio da Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
Segundo César Filho, cofundador e CEO da startup, esse monitoramento é feito a partir de dados inseridos pelos pacientes. “Nossos produtos tecnológicos incluem o aplicativo, que é acessado gratuitamente pelos pacientes, e um dashboard por meio do qual os profissionais os acompanham. Além disso, a plataforma oferece uma área de gerenciamento de sintomas, outra de organização das jornadas de tratamento, além de uma de conteúdo informativo e um chat, por meio do qual o paciente consegue interagir diretamente com a equipe de enfermagem”, explicou.
Essa versão do aplicativo apresentará os dados pessoais, medicamentos em uso e atividades cotidianas dos pacientes. Os indicadores de saúde física e psicoemocional são transformados em gráficos que podem ser acessados pelos médicos, permitindo acompanhar o quadro clínico e a evolução do paciente durante o tratamento.
A WeCancer possui a própria equipe de coordenação de cuidado e navegação de pacientes, dirigida pelo oncologista Tiago Jorge, diretor-médico da empresa, que coordena uma equipe com psicólogo, enfermeiro, nutricionista, farmacêutico e pesquisadora clínica. “Existe um custo para manter essa equipe própria, mas hoje, em função da concepção dos produtos e da tecnologia, conseguimos automatizar algumas partes do processo, a fim de ganhar eficiência e escala. Hoje, temos capacidade instalada para atender 1.600 pacientes por mês”, comentou Lorenzo Cartolano, também cofundador e CFO da startup.
Esse modelo de atendimento é um dos recursos utilizados para melhorar a qualidade de vida de cada paciente em tratamento da doença. "Entendemos que não adiantaria ter apenas o software, porque muitas vezes o paciente tem uma náusea, por exemplo, e precisa de cuidado e orientação imediata”, concluiu César Filho.
Primeira versão
A primeira versão do aplicativo foi lançada em 2017, e por ter uma extensa eficiência em aproximar as equipes médicas das pessoas em tratamento oncológico, a plataforma já conta com a adesão de diversos hospitais, como o Israelita Albert Einstein, Beneficência Portuguesa, Municipal Vila Santa Catarina e o Instituto de Oncologia do Paraná. Até então, o software possui mais de 2,5 mil usuários e realiza, em média, 800 atendimentos por mês.
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