Jovens de Ribeirão Preto criam Wi-Fi solidário
Projeto foi criado para suprir a necessidade de conexão dos dispositivos móveis na Campus Party e fazer uma boa ação
Em uma das maiores feiras de tecnologia e inovação do País, a Campus Party, três jovens empresários de Ribeirão Preto resolveram oferecer o serviço de Wi-Fi e reverter os ganhos para uma instituição de caridade.
Na nona edição do evento, o Wi-Fi não é disponibilizado, sendo que os participantes precisam utilizar o cabo Ethernet (que se conecta ao modem). Foi diante dessta instabilidade que o trio resolveu inovar.
Segundo um dos criadores do projeto, Caio Tarifa Valente, 24 anos, a ideia de oferecer Wi-Fi e reverter em ganhos para uma instituição foi pela necessidade de utilizar o WhatsApp no evento. “Ao chegar aqui, muitas pessoas pediram a senha querendo utilizar a conexão, mas, quando há muita gente utilizando a rede, ela acaba ficando lenta. Então, tivemos a ideia de alugar a conexão e doar todo o dinheiro arrecadado para a caridade, já que o evento também não deixa realizar a venda de produtos ou serviços que não sejam de seus fornecedores”, explica.
O trio de amigos, que também são sócios de uma empresa que desenvolve sites e sistemas em nuvem, decidiu criar o “Wi-Fi Solidário” para suprir a necessidade de conexão dos dispositivos móveis e ainda fazer uma boa ação para o Lar do Vovô Albano, que fica em Ribeirão Preto.
Wi-Fi solidário
Os roteadores de frequências convencionais, com 2.4 GHz não são capazes de funcionar na Campus Party, devido à alta quantidade de redes concorrentes.
Para isso, o trio teve de fazer uma estrutura diferente para adquirir um roteador de 5GHz, o mesmo que é capaz de cobrir 90% do local e prover conexão sem fio de alta qualidade.
Feita com um tripé fotográfico, uma antena foi instalada, além do roteador de 5GHz e uma fita de LED presa a hastes reaproveitadas de barracas de anos anteriores. A mesa fica perto das barracas onde dormem 8 mil campuseiros.
O usuário pôde utilizar o Wi-Fi pagando R$ 15 para 24h ou R$ 40 para todos os dias do evento. Para fazer o controle, era pedido o endereço físico da máquina que iria se conectar, para que a senha não seja usada por mais de um aparelho.
Tarifa diz que o roteador criou uma rede e assim foi possível garantir o acesso para até dois dispositivos.
Campus Party
Wagner Guerrero, de 25 anos, Caio Tarifa e Hugo Demiglio, ambos de 24 anos, participam há cinco anos da Campus Party, e há quatro organizam caravanas para o evento.
“Nossa paixão por tecnologia começou cedo e aqui podemos acompanhar as novidades da área. Também gostamos de fazer contatos, trocar e adquirir experiências e incentivar a adoção de tecnologias”, comenta Caio.
Ele completa que este tipo de ação com ‘jeito nerd de fazer caridade’ foi também para conscientizar as pessoas a ajudar o próximo. “Esperamos que essa ação se espalhe e as pessoas se conscientizem-se em ajudar o próximo sempre que possível”, conclui.
Foto: Cauê Fabiano
