USP inicia pesquisa com gestantes sobre o Zika Vírus

USP inicia pesquisa com gestantes sobre o Zika Vírus

Realizado pelo Laboratório de Virologia da USP, estudo avaliará 3 mil gestantes da rede pública de saúde

O Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto anunciou na tarde desta quarta-feira, 3, que deu início ao “Projeto de pesquisa do Zika Vírus em gestante assintomática” no começo desta semana.

Segundo o professor Benedito Lopes da Fonseca, coordenador da pesquisa e responsável pelo Laboratório de Virologia, o intuito da pesquisa é realizar um acompanhamento das gestantes durante o pré-natal para analisar as mulheres que apresentarem exantemas – manchas avermelhadas na pele, um dos sintomas do Zika Vírus.

“Pode ser que não tenhamos muitas grávidas contaminadas, mas a ideia é seguir estas gestantes durante toda a gestação para analisar se haverá pacientes sintomáticas. A partir de março do ano que vem o laboratório começará a analisar as amostras para que tenhamos algum tipo de resultado. Se conseguirmos demonstrar esta relação causal entre o zika vírus e a microcefalia teremos um ganho muito grande pra a ciência e até mesmo para a saúde pública” explica o Fonseca.

A pesquisa levará cerca de 15 meses para ser concluída e a expectativa é de que aproximadamente 3 mil gestantes voluntárias atendidas pelo Programa de Assistência à Saúde da Mulher participem, somado, ao término do programa, 6 mil testes. Até o momento já foram recebidas trinta amostras de sangue.

Procedimento

As coletas de sangue serão realizadas mensalmente e o material ficará armazenado até meados de março de 2017, quando o laboratório fará as análises. As gestantes que apresentarem os sintomas serão encaminhadas ao Ambulatório de Moléstias Infecciosas do Hospital das Clínicas (AMIGO) e terá prioridade no agendamento de consultas. O mesmo acontecerá com a gestante com diagnóstico confirmado pela ultrassonografia de microcefalia, decorrente ou não pelo Zika Vírus será encaminhada, ao Ambulatório de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas (AMEFE), também com prioridade.

As gestantes que apresentarem os sintomas terão o diagnóstico em até 72 horas

Investimento

O coordenador da pesquisa estima que será investido aproximadamente 500 mil reais, com a maior parte do investimento vinda da secretaria estadual de Saúde. “Buscamos ainda investimento do Ministério da Saúde e de um programa de auxílio à pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), chamado Projeto Universal e também pedimos verba a eles. Faremos o que der com o dinheiro que temos”, explica.

Fotos: Crislaine Messias

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