Câmara aprova empréstimo

Câmara aprova empréstimo


Com 14 votos a favor e seis contra, a Câmara aprovou projeto polêmico da Prefeitura de Ribeirão Preto para contratação de empréstimo de R$ 310,6 milhões para obras de mobilidade urbana. A sessão extraordinária durou cinco horas.

Os projetos de lei, encaminhados às pressas pela Prefeitura, para contratação de empréstimo na ordem de R$ 397 milhões, autorizam a realização de financiamento para obras de mobilidade urbana, saneamento básico e pavimentação, por meio do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC 2).  Samuel Zanferdini (PMDB), um dos três vereadores que fizeram uso da palavra em defesa da aprovação do projeto, acredita que a cidade tenha condições de pagar a dívida, uma vez que o orçamento cresce 10% ao ano e os juros do contrato são pré-fixados em 6% ao ano. “Se você quer benfeitorias tem que arcar com os investimentos. Sou contra jogar dinheiro fora, mas não contra investir no que a cidade precisa”, afirmou o vereador. A contratação do empréstimo de R$ 397 milhões (valor total dos projetos apresentados) deverá ser paga em 240 parcelas, com prazo de carência de 48 meses.


Segundo o vereador Cícero Gomes (PMDB), os futuros prefeitos terão condições de arcar com essa dívida porque a partir de 2017 (quando o financiamento começar a ser pago), a Prefeitura terá orçamento de R$ 3 bilhões e terá quitado o parcelamento da dívida de mais de R$ 400 milhões, referente aos 28% do Plano Collor pagos aos servidores, que hoje custa (com os juros) quase R$ 50 milhões por ano. “Estaremos pagando, portanto, uma dívida de 10% do valor que pagamos hoje”, afirmou. Já para a vereadora Gláucia Berenice, a conta deve ficar cada vez mais pesada. “Começaremos pagando R$ 1,9 milhão, em 2017, e terminaremos, em julho de 2037, pagando mais de R$ 10 milhões. No final, serão R$ 1,1 bilhão pagos à Caixa Econômica Federal (CEF) pelo empréstimo de R$ 397 milhões”, ressaltou.


Em nota, a Prefeitura argumentou que as obras são necessárias e reivindicadas pela população e que resolvem em grande parte os problemas de transporte urbano como também de trânsito da cidade, beneficiando, no aspecto social, os mais de 600 mil habitantes. Afirmou também que a arrecadação da Prefeitura tem aumentado, consideravelmente, ano a ano e que há capacidade de pagamento.

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