Restauração sai do papel

Restauração sai do papel

Empresa vencedora do projeto de restauração do Casarão Caramuru apresenta esboço do local



O Solar Villa Lobos, conhecido como Casarão da Caramuru, um patrimônio de estilo neoclássico, do final do século XIX, localizado na Vila República, tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), em 1988, acaba de conseguir o primeiro projeto oficial de restauro da história do município destinado a um imóvel originalmente particular. A medida era aguardada há mais de 30 anos pelos ribeirãopretanos e entidades que militam no setor.



Os arquitetos responsáveis pela restauração do Casarão da Caramuru, Bruno Salvador e Cesar Shundi, apresentaram nesta segunda-feira, dia 25, o projeto de infraestrutura do local vencedor do concurso público de restauro, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC), mantido pela Secretaria de Estado da Cultura.


O primeiro passo para a revitalização será a catalogação do imóvel, comandada pelo arquiteto Alberto Arruda, para apuração das características do local que foram mantidas mesmo com a ação do tempo como peças em madeira, portas, afrescos e tudo que possa ressaltar a originalidade da casa.

Segundo o arquiteto, esse processo poderá durar até seis meses, e após a catalogação e cobertura do imóvel, a empresa vencedora do projeto de restauração iniciará os trabalhos de revitalização no local. “A catalogação é fundamental para o restauro do imóvel, pois tem a  finalidade de manter suas características de forma fidedigna”, explica Arruda.

Para o arquiteto responsável pela revitalização do local, César Shundi, o valor histórico do imóvel para o muncicípio deve ser preservado, por isso, o processo de revitalização vai além das mudanças físicas. “As características do Casarão revelam diferentes momentos da história da cidade, por isso, faço um apelo para os responsáveis pelo local para que ampliem as atividades de caráter público, abrindo espaço, assim, para que toda a população possa visitar e conhecer essa história”, enfatiza.

Alessandro Maraca, Secretário Muncipal da Cultura, também ressaltou o valor histórico do imóvel. “Devemos lembrar que foi naquela região que se iniciou o processo de desenvolvimento da cidade com a criação da ferrovia. A recuperação da casa, depois de décadas de abandono, é uma vitória”, disse.

O projeto ainda passará por algumas mudanças e o prazo para o término da restauração não foi determinado, mas segundo Maraca, depois de restaurada, a casa terá a melhor destinação possível e com programação cultural adequada.

“A casa está numa situação complicada no que diz respeito à infraestrutura, por isso, o processo de catalogação, cobertura da casa e limpeza é de extrema importância No momento, estamos organizando as primeiras visitas monitoradas, que poderão ser agendadas na própria secretaria da cultura”, explica Maraca.

Mesmo antes do anúncio da revitalização, durante o ano de 2012, o Grupo Ribeirão Sustentável desenvolveu atividades de ordem sócio ambientais e culturais, envolvendo toda a comunidade no entorno do imóvel, e contando para isso com apoio da Caixa Econômica Federal e de várias secretarias municipais.



De acordo com a prefeita, Dárcy Vera, a revitalização do Casarão da Caramuru é um incentivo para o programa de restauro de outros imóveis. “O Casarão da Caramuru agora é uma realidade. A memória e a preservação ganham com isso. Ver esse projeto sair do papel é um grande incentivo para trabalharmos mais e melhor em prol dos nossos patrimônios históricos. O prédio será devolvido para a sociedade com muitas ações de cultura e o próximo passo é analisar os problemas da Casa Camilo de Matos”, ressaltou a prefeita.

A ex-secretária da Cultura, Adriana Silva, que deu início ao processo de restauro do Casarão da Caramuru e que hoje responde pelo Instituto Paulista de Cidades Criativa e Identidades Culturais (IPCCIC), se colocou a disposição para auxiliar na busca de recursos para garantir a preservação deste patrimônio. Ela acredita que a totalidade do trabalho fique entre R$ 2 a R$ 6 milhões. “Desde o ano passado estamos trabalhando para a restauração dos patrimônios históricos da cidade, a criação do IPCCIC deve agregar no que diz respeito à captação de recursos para essas revitalizações. Esse é o nosso trabalho”, enfatiza.
 
Revide On-line
Texto: Pâmela Silva
Fotos: Roberto Galhardo (Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto)

Compartilhar: