Demissão por justa causa

Demissão por justa causa

Amigos do futebol, amantes do esporte.  Para que possamos entender as razões apresentadas pelos dirigentes, no momento da dispensa de um treinador de futebol de uma seleção nacional, será preciso, inicialmente, que saibamos quais eram as condições de trabalho oferecidas para este profissional, responsável por este cargo tão interessante, que é difícil à toda prova, mas, sonhado e desejado por muitos.

Não basta, claro que não, dizer que foi a derrota no último jogo. A eliminação do time da competição somente aconteceu em função de um gol irregular e que, se assim não fosse, a equipe estaria classificada.

Justificar que por motivos de contusões, algumas alterações foram efetuadas “sem a culpa” do treinador e que dificultaram o desenvolvimento do seu planejamento tático também não será suficiente.  Neste sentido, ele também não poderá ser responsabilizado por um jogador que pediu dispensa da seleção por motivos pessoais.   Solicitação que foi muito mal explicada, diga-se de passagem.

Mais ainda, não é possível, para defendê-lo, afirmar que o técnico não teve tempo suficiente para preparar seu escrete; que precisava de mais seções de treinamentos para atingir o estágio ideal, para disputar a primeira fase da Copa América Centenário, e, pelo menos, passar para a segunda fase.

Para compreendermos os motivos que levaram os dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol a demitir por justa causa o senhor Dunga, será preciso colocar alguns detalhes importantes. Vejamos:

A lista de convocados é feita por ele. Aqui não coloco nenhuma possibilidade de influência politica nas indicações, pois, se houve algum tipo de intervenção externa, foi aceita por ele.  No planejamento dos treinamentos sua decisão tem peso maior na sequência a ser elaborada. 

Nesta condição no controle das convocações ele faz suas escolhas entre os melhores atletas brasileiros, independentemente do país ou do clube que este jogador estiver jogando. Suas escolhas estão ou deverão estar em consonância com seu trabalho, suas pretensões e seus objetivos.

A definição do time titular é mais uma atribuição do técnico, sabendo que neste interim, junto com a escalação teremos sua proposta tática.  Sim, opção dele.  A tradicional palestra final, que antecede o jogo é comandada por ele.  As últimas observações que são apresentadas minutos antes do início da partida, que acontecem em função da escalação oficial apresentada pelo oponente, são conduzidas por ele.

No decorrer do jogo, o técnico é o único profissional habilitado legitimamente a manifestar sua opinião, passando aos seus comandados informações sobre o andamento da partida, mudando, às vezes, a estratégia tática anteriormente definida e indicando este ou aquele novo procedimento, a ser implantado imediatamente.

Em determinado momento do jogo, serão realizadas as substituições de alguns atletas e isto ocorre por uma escolha absolutamente pessoal do técnico.

Quando então, nos últimos minutos da partida, com um resultado negativo e eliminatório estiver acontecendo, o técnico não pode ficar sem tomar uma iniciativa. Não deve ter medo de trocar um jogador pelo outro; não pode ficar atônito, perdido e sem brilho, sem alegria e sem felicidade, sem orgulho e sem vida. Isto ele não pode fazer, nunca.

Neste momento, ele tem que ser audacioso, agressivo, decisivo, impetuoso, determinado, lutador, honrado e fundamentalmente, tem que saber muito bem cuidar de um patrimônio nacional, o futebol brasileiro.  Suas cores, suas lutas sua história, seu passado e...seu futuro.

Vai Dunga, vai... já vai tarde.

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